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Correr na Cidade

SS de Lisboa 2013 – Race Report: o regresso às corridas

Por Filipe Gil:Vou escrever quebrando as regras jornalísticas e começar pelo menos interessante: a minha lesão. Quem estiver farto de ler sobre este assunto, pode passar umas linhas à frente.Este sábado acordei sem dores, mas com a consciência que a lesão ainda não passou. Com medo de ter de desistir durante a São Silvestre de Lisboa decidi tomar um Voltaren. Antes da prova aqueci bastante o pé (e o resto). Saltei com a ponta dos pés, rodei o pé, e nada de dores. Estava pronto. Os restantes 10K foram feitos sem puxar muito pela má forma física acrescentando três sustos: torci (sem torcer) o pé lesionado por três vezes graças aos buracos no chão da Baixa Lisboeta –apesar de estar muito atento ao que pisava.Apenas no final, na descida do Marquês de Pombal para a linha de meta senti uma pequena impressão no calcanhar e uma dor leve na parte de trás do joelho. Alguma coisa deve estar ligada entre estas duas dores. É uma dor que já tive mais vezes e que sempre liguei com mazelas antigas dos tempos de andebol federado. Talvez tenha de ver isto melhor.20131229-021925.jpgE pronto, se resistiu até aqui, não vai deixar de ler o resto, agora sim, a race report da São Silvestre de Lisboa, edição 2013. Graças aos convites do El Corte Inglés, tive acesso à zona VIP. Não que ligue muito a essas coisas mas é sempre confortável ter comida e bebida à descrição, wc e bengaleiro sem grandes filas. O El Corte Inglés e a HMS sabem mimar quem convida para essa zona. Mas se estive 10 minutos por lá, foi muito, foi o tempo de, juntamente com a minha mulher, comermos uma banana. Depois fomos para a zona sub-60. Entretanto, fui trocando SMS com os restantes corredores da Running Crew que estavam espalhados pelas várias boxes de partida, sem me conseguir encontrar com eles. Aqui um agradecimento especial quer à Garmin quer à Vitalis pelos convites que nos ofereceram e que “espalhei pela equipa e outros convidados deste blog”.20131229-021917.jpgContudo, um dos corredores estava atrasado e bem atrasado – pelas 17h ainda estava pela zona de Benfica/Damaia e ainda tinha que trocar de roupa e encontrar lugar para estacionar o carro na zona do Marquês. Ao telefone decidi deixar o dorsal debaixo de um dos WC’s portáteis do evento (orginal q.b.) . Na esperança que ele chegasse a tempo da partida – coisa que não acreditei.20131229-022316.jpgComecei a correr lado a lado com a Natália (minha mulher), embora tivéssemos combinado não correr juntos. Cada um ia por si e no final encontravamo-nos na tal tenda VIP – a probabilidade de eu desistir com a lesão era muita. Mas lá fomos e seguimos juntos, inadvertidamente, até ao km 4, quando ela me disse: “Vai”. E como as mulheres mandam (quase sempre) lá fui e acelerei um pedaço. Estava a sentir-me bem. O pé, apesar de um ligeiro formigueiro, não manifestava qualquer dor.Depois de fazer a curva de regresso ao centro da cidade, ouvi chamarem por mim. Não é que o Nuno Espadinha tinha conseguido dar com o tal WC e encontrou o seu dorsal?? E já estava a escassos mil metros atrás de mim. Confesso que fiquei surpreso e contente.Continuei tranquilamente num ritmo 5:15 a 5:20 por km. Passei pelo empedrado da nova zona ribeirinha depois do Cais do Sodré e relembrei a Night Run e o mesmo percurso. E, de repente, uma espécie de epifania, lembrei-me de como me doeu a planta do pé nesse tipo de piso. E recordei que a minha lesão já anda aqui há uns meses largos. Confesso que fiquei com medo de ter dores no mesmo local da prova mas os ténis que desta vez levei (Adistar Boost) em conjunto com as palmilhas Ironman para pronadores fizeram muito bem o seu papel e protegeram-me. Nada de dor.20131229-022149.jpgDepois disto começaram as subidas. No Terreiro do Paço quase torci o pé, o mesmo aconteceu na curva da Praça da Figueira e em pleno Rossio. Não evitei o palavrão em voz alta. Continuei no meu ritmo e enfrentei a subida da Avenida da Liberdade com otimismo. Sabia que ia custar mas o que custa mesmo é estar parado sem correr durante semanas. Fiz-me um homem e continuei a acelerar e a ultrapassar corredores – sem entrar em loucuras.20131229-022142.jpgFeita a rotunda do Marquês de Pombal e foi hora de acelerar. Este último km foi feito com uma média de 4:34/km. Mas foi aqui que senti as tais dores no calcanhar e na perna. Tentei abstrair-me da sensação, concentrei-me na descida. Contudo olhei para o Garmin (110) e percebi que não ia fazer abaixo do tempo do ano passado (52 minutos) mas não desanimei e terminei a prova com 54:27. Não foi mau. Podia nem sequer ter terminado, podia ter tido dores, e as coisas podiam ter corrido mal. Fiquei contente.20131229-022210.jpgMal passei a meta fiquei à espera da minha mulher que tinha deixado para trás ao km 4, sensivelmente. Entretanto chega o Nuno Espadinha, que fez uma prova de, basicamente, 11K, se acrescentar a distância extra feita a correr entre o carro estacionado e a partida da São Silvestre. No cronómetro oficial passava da hora de corrida e comecei a ficar relativamente preocupado por não ver a Natália. Tinha-me dito, antes de correr, que não se sentia bem - coisas de senhoras – e fiquei a pensar que poderia ter claudicado na subida da Avenida da Liberdade. Eis senão quando recebo um SMS a dizer: “Estou na tenda VIP à tua espera, onde andas?”. Ou seja, terminou cerca de 1 minuto e 20 segundos atrás de mim, batendo, mais uma vez o seu recorde pessoal da distância. Fantástico! Não tarda mesmo nada e está a fazer os mesmo tempos que eu. Que orgulho.Nota final para a organização. Impecável!! Desde a apresentação dos atletas profissionais ao estilo americano, ao percurso (apenas se devia evitar a Rua do Arsenal por causa do piso), aos abastecimentos, etc. A HMS está de parabéns, a São Silvestre de Lisboa é a melhor prova noturna desta cidade, sem dúvida. E é fantástico correr em Lisboa com luzes de Natal. Quantos aos vencedores oficiais, nesta altura já todos sabem quem são. Para mim são uma inspiração!20131229-022159.jpgQueria aproveitar e agradecer também o apoio do Stefan (que fez uns fantásticos 38 minutos), do Tiago Portugal (abaixo dos 49 minutos), do Nuno Espadinha (que anda às turras com o seu Endomondo para tentar perceber o tempo real que fez), da Carmo Moser (que fez 44 minutos lesionada), para além de outros membros da Running Crew que não puderam vir a esta prova, a sua preocupação com a minha lesão.Quanto a mim e à hora que escrevo este post o efeito do Voltaren já passou e continuo sem dores. Será que a lesão está mesmo a terminar? Os próximos dias, sem corrida serão importantes para que 2014 comece da melhor maneira, no que respeita a corridas. Afinal, gostava que esse fosse o ano da estreia na Maratona.
20131229-022222.jpgSó para ser piroso e mostrar que aparecemos em director na transmissão televisiva de A BOLA TV
 

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