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Correr na Cidade

Spartan Race Barcelona - #soparaduros

Autor: Ulisses Nunes

 

No fim-de-semana passado realizou-se o último Spartan Race Trifecta Weekend de 2018 no país vizinho, em Les Comes a cerca de 1h30m de carro de Barcelona. De todas as competições Spartan Race em Espanha, esta é das mais reputadas, tendo sido palco do primeiro Campeonato Europeu em 2014. Barcelona presenteou aos participantes um percurso tipicamente de trail, com fortes subidas e descidas técnicas, no caso Beast, com cerca de 26k e 1200D+ com 30 obstáculos.

Um outro aspeto importante foi a colocação estratégica de um grande número de obstáculos na área de festival, que permitiram aos espetadores seguirem durante mais tempo os atletas, dando todos os incentivos necessários, que tão bem nos sabem nessas alturas, tendo de percorrer o recinto por 3 vezes durante o percurso.

 

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Os 26Km de trail foram duros mas, para quem está habituado a provas de puro trail, são perfeitamente fazíveis. Por outro lado, corredores de estrada e alguns atletas de OCR, podem sofrer um pouco com estas condições, pois os trilhos têm bastante desnível e as descidas são muito técnicas, com muitas pedras soltas, terreno irregular e claro, muita lama!

No início da prova, tivemos logo três valas cheias de lama, onde para se atravessar ficamos soterrados de lama acima dos joelhos (pelo menos). Por isso, fica aqui uma dica valiosa - apertem bem as sapatilhas, pois as passagens na lama são várias, e algumas longas, e vi atletas à procura dos sapatos soterrados na lama… não deve ser fácil!

 

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Nas spartan races, a transposição de alguns obstáculos tem de ser feita à primeira tentativa, caso contrario, 30 burpees! Na minha prova realizei 60 burpees, falhei dois obstáculos, um deles foi logo aos 5/6 Km - subida à corda (rope climb) de +-5m, a corda é mais fina do que a que estou habituado e estava totalmente molhada e com lama, o que tornou a tarefa impossível para eu fazer e com isso 30 burpees. 


Os burpees são feitos na “zona de burpees” e são filmados por uma Gopro montada estrategicamente, na qual temos de mostrar o nosso headband com o número de participante, para sermos reconhecidos. As filmagens servem para confirmar, em caso de disputa, o número de burpees realizados e já houve casos que decidiram o 1º lugar.

 

Logo a seguir, era o atirar da lança (spear throw), obstáculo que normalmente não falho nos treinos da box e acho que pequei por excesso de confiança, atirei a lança mas pisei o fio que a ligava e assim mais 30 burpees. Foram 60 burpees seguidos e logo numa fase inicial da prova, mas não me deixei abalar e consegui recuperar bem o cardio. Foi aqui que senti que os treinos estavam a dar frutos, o que me deu um efeito positivo para recuperar o tempo perdido.

 

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Relativamente aos obstáculos mais difíceis.

 

As spartan races têm uma máxima que é “esperar o inesperado” e mais uma vez não desapontou! O que mais me surpreendeu foram as combinações de obstáculos de carga. O primeiro foi o transporte da corrente + balde (Chain carry + Bucket brigade) que normalmente são dois obstáculos de carga feitos separadamente, o que gerou uma situação engraçada. Eu levava a corrente já há algum tempo, quando cheguei ao posto do balde, obviamente lancei imediatamente a corrente para o chão e enchi o balde, e de repente oiço o judge “Com la cadena!!”, eu arregalei os olhos e pensei “WTF!”, mas pronto… sem hesitar peguei na corrente e no balde e segui caminho.
A outra situação foi uma combinação de carga e equilíbrio (Block pull + Sandbag carry + balance) que pôs à prova a resistência, resiliência e equilíbrio dos spartanos.

 

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Os restantes obstáculos foram os clássicos de uma spartan race, dos quais devo salientar o sandbag carry (+-27Kg), que foi feito numa subida interminável e com muita inclinação… muito duro, pensei varias vezes em deitar o saco para o chão, mas só de pensar que o tinha de levantar do chão, serrei os dentes e continuei caminho sem parar.

 

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Acabei a prova dentro do objetivo que tinha estipulado (< 4h) em 3h.54m:34, terminando na 53ª posição da geral (de 328) e em 21º do meu age group 30-39 anos (de 121).

Melhor que o resultado, foi acabar bem uma prova dura, a sentir-me muito bem a nível físico e com vontade de voltar no futuro com mais força. Gosto de provas assim, onde são testados os nossos limites e sentir que me preparei bem, acabar com animo, sem dores e sem mazelas maiores, quando isto acontece, quer dizer que o “trabalho de casa” foi bem feito (treino endurance, reforço muscular e mobilidade).


No global a experiencia foi muito positiva, a repetir e realmente há as provas de OCR e depois há as Spartan Races! Parabéns á excelente organização, parabéns aos spartanos (o espirito no recinto e da prova são brutais!) e até á próxima…

 

Spartan UP!! AROOO!!!

 

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