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Correr na Cidade

Review: Salming Distance segunda geração

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ModeloSalming Distance D1 - modelo de 2015

 

Testado por: Bo Irik

 

Condições de teste: Vários treinos por Lisboa, em vários pisos e em prova na Corrida da Fogueiras 2015 (15km).

 

A Salming, marca sueca, tem vindo a ganhar cada vez mais visibilidade no mercado português, apoiando várias provas de referência, entre as quais a Meia Maratona do Douro Vinhateiro, e já estando presente em lojas especializadas por todo o país.

 

No niche do Running, a Salming tem vindo a apostar no Natural Running, a forma natural de correr em que o atleta coloca o meio do pé em contacto com o solo primeiro, usando a força da gravidade para lhe empurrar para frente. Na crew temos vários elementos fãs desta filosofia, por exemplo o Stefan que adora as sapatilhas Salming T1 para trail e eu, fã dos Salming Distance.

 

Vamos lá então ao review do modelo Distance D1 de 2015 (segunda geração) que difere do modelo de 2014, segundo a marca, nos seguintes aspetos:

  1. Melhoramos todos os compostos de borracha;
  2. Melhorias na borracha da sola exterior, o que permite mais durabilidade, logo menor desgaste e mais kms;
  3. Zona do calcanhar reforçada e mais adaptável.

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DESIGN e CONSTRUÇÃO

Começo com uma crítica. O primeiro par de Salming Distance que usei foram um modelo de homem, tamanho 25,5cm. Na altura ainda não havia lojas Salming em Lisboa pelo que não pude experimentar o tamanho antes de encomendar as sapatilhas. Na verdade, este tamanho e modelo masculino ficava-me ligeiramente folgado, mas mesmo assim a experiência foi muito boa e as sapatilhas acompanharam-me na minha primeira maratona. Dado que o fit do modelo masculino e que normalmente prefiro sentir o pé bem aconchegado, encomendei o mesmo tamanho mas modelo feminino quando a Salming me deu a oportunidade de testar a segunda geração deste modelo. Infelizmente, o mesmo sapato mas versão mulher fica-me um pouco justo. É pena e é estranho que o mesmo tamanho, em cm, de homem para mulher tem uma diferença de tamanho tão significativa. Por isso recomendo que experimentem o modelo e tamanho numa loja.

 

Um ponto muito forte desta sapatilha é o seu design. Pelo menos um elogio é garantido por cada vez que as uso. De facto, a combinação de cores “Purple Cactus Flower” foi muito bem conseguida.

 

Segundo a marca, a sapatilha Salming Distance foi “Concebida para durar. (…) Com grande durabilidade e um drop de 5mm, esta sapatilha foi projetada para ajudá-lo a superar longas distâncias e superfícies duras.” Pois, tal como o nome indica, as Distance prometem acompanhar corredores neutros em distâncias maiores. Realmente, os ténis dão a confiança necessária para conquistar distâncias maiores (meias maratonas por exemplo). Em treinos mais longos fiquei apenas com umas pequenas bolhas nos calcanhares, mas nem quero atribuir a causa às sapatilhas em si, pois, os meus pés são muito sensíveis a bolhas e este tamanho é um bocadinho pequeno para mim.

 

O seu peso também é um fator positivo, com apenas 195g (240gr modelo masculino) são das sapatilhas mais leves que já tive. Conforme prometido, a marca apostou num reforço na zona do calcanhar mas isso não afetou o peso.

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CONFORTO

Gosto imenso do drop reduzido (5mm), que permite sentir realmente um efeito mais “natural”. Hoje em dia correr com tênis de drop maior, que pode atingir 12mm no caso da maioria dos modelos ASICS e New Balance, já me faz impressão. Parece que ando de saltos altos :p

 

Dão-se muito bem com o calor, pois respiram bem. De forma a conciliar conforto com durabilidade, a marca sueca apostou numa construção em três camadas. A primeira, uma espécie de rede, é confortável e altamente respirável enquanto a camada do meio ajuda a ganhar estabilidade e diminui a pressão no pé. A camada exterior, também em rede, é respirável e feito de uma material resistente (para além de ser giro).

 

Tal como nos Salming Distance de primeira geração, achei que estas sapatilhas poderiam melhorar no que toca à sua flexibilidade, pois são algo rijas.

 

A palmilha é removível e incorpora tecnologias antibacterianas e anti-odor para um maior conforto, higiene e durabilidade do sapato. Gosto do formato achatado dos cordões e o sapato tem o buraquinho extra para atar devidamente os atacadores.

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ESTABILIDADE e ADERÊNCIA

As Salming Distance de segunda geração têm uma armação especial - Exo Skeleton - que promete estabilizar o pé em movimentos laterais e permite distribuir a pressão da sapatilha no pé de forma uniforme, eliminando fricção.

 

Em termos de aderência estas sapatilhas são muito boas, desde alcatrão molhado, à calçada portuguesa e caminhos de terra batida. Felizmente, a marca apostou numa sola leve com elementos “sticky” colocados em pontos estratégicos da sola permitindo uma melhor aderência, mesmo em trajetos com inclinação, como é o caso de Lisboa, ao correr na cidade.

 

AMORTECIMENTO

Muito confortáveis, até na calçada portuguesa se comportam bem graças à tecnologia RunLite™ na entressola, que proporciona alta resistência ao desgaste e uma sensação agradável no contacto com o solo. Também na praia são amigos.

 

Para mim e tendo em conta a minha estatura, apesar do peso reduzido das sapatilhas, elas fornecem amortecimento suficiente para distâncias maiores.

 

PREÇO

Em Portugal, as Salming Distance de segunda geração têm um PVP de 130€. Para mim, pessoalmente, fora do orçamento disponível para calçado de corrida. Mas que para quem procura uma experiência de natural running para distâncias maiores e tiver um orçamento mais folgado pode justificar-se.

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AVALIAÇÃO FINAL

Design e Construção: 19/20
Conforto: 17/20
Estabilidade e Aderência: 18/20
Amortecimento: 18/20
Preço: 13/20

Total: 85/100

 

O estilo “natural running” (não necessariamente estes ténis em si) não é para todos. Para corredores habituados a ténis com maior amortecimento e controle de estabilidade ou mais pesados, a adaptação a este tipo de sapatilhas deve ser gradual e cuidadosa.

 

Na minha opinião, os Salming Distance de segunda geração cumprem as suas promessas. Eu gostei e gosto muito e recomendo vivamente a quem a se queria aventurar no “natural running”. Continuarei a usá-los em treinos mais longos e (Meias) Maratonas.

 

Boas corridas!

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