Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Correr na Cidade

Race Report: VII Trilhos dos Casaínhos

trilhos2015.png
Por Ana Sofia Guerra:

 

Não sabia se havia de chamar este post de "Race Report" ou "O regresso após o regresso" ou ainda  "Continuação do regresso"...o que é certo é que esta prova marca o meu regresso à competição em trail. Nas últimas semanas estive lesionada no pé direito devido a um entorce e uma infecção num dedo. Mas a vontade de participar nesta prova era mais do que muita. Contrariamente aos conselhos dos especialistas, decidi arriscar, pois sentia-me bem melhor.

 

Eu sabia que este ano a prova iria ser diferente, principalmente com mais uma subida grande e algo difícil. Mas o convívio e a diversão era uma garantia, e eu gosto disso.

 

À chegada ao campo do Sporting Clube de Casaínhos apressei-me a levantar os dorsais da minha crew para que tudo estivesse pronto a tempo e a horas, sem confusões. Ainda deu tempo para cumprimentar os Multirunner's que me acompanharam no ano passado ao longo de toda a prova. Já tinha saudades de estar com aquela malta sempre tão divertida e a gritar "'Tá quase, Ana" ainda na partida.

 

Cumprimentos dados, fotos tiradas e metemos "pés ao caminho". Ao contrário do ano passado que chovia intensamente, estava um estranho calor de Novembro (cerca de 26ºC). Logo ao início deixei de ver os meus companheiros Natália Costa e Tiago Portugal, mas eu não pensava sequer em tentar acompanhá-los. Tinha de poupar alguma energia para mais tarde e eu ainda não estava a 100%.

 

Cerca de 3K feitos e vejo uma senhora com dificuldades em continuar a prova, mas já estava a receber algum apoio. Apoio esse que deve ter sido milagroso, pois a senhora chegou à meta antes de nós. À medida que corríamos, o calor fazia-se sentir cada vez mais. 

 

Ao 8k vejo algo que me é familiar: a grande subida. No ano passado, aquela subida tinha dado muita luta. E este ano não foi diferente. Havia lama daquela bem escorregadia e tive de pôr as mãos no chão para subir em algumas zonas.

Quando cheguei ao cimo e olhei para trás, não podia deixar passar a oportunidade de tirar uma selfie. 1º Desafio superado!

IMG_2275.JPGA nossa selfie depois da grande subida

 

Mas ainda faltava a cereja no topo do bolo: a outra subida. E foi uma surpresa quando vi que a outra subida também tinha alguma lama e eu já sentia as pernas mais cansadas. Afinal de contas, ainda estava a recuperar e não estava preparada para aquilo. Confesso que cheguei ao cimo com o "coração na boca", mas feliz por ter superado outro desafio. 

 

A cerca de 2k da meta vejo o João Pereira que não só já tinha terminado a prova, como foi buscar a colega Helena que vinha mais atrás. Isto sim é o espírito do trail! E a 1K da prova vejo o resto desse grupo que também estava à espera dela e a tirar fotos a quem passava. Este apoio é muito importante e quem o tem sabe o que é.

 

A chegada à meta foi o momento UAU do dia. A sensação de passar uma meta mexe muito comigo, não por causa das medalhas, nem para fazer melhores tempos ou ficar à frente de alguém, mas por me superar a mim mesma.

 

IMG_2262.JPG

 A superação!

 

Em relação à prova, acho que a escolha do percurso para este ano foi muito boa. Bons trilhos, boas subidas, elementos da organização sempre simpáticos e muitos abastecimentos de água. Mas...e o abastecimento de sólidos? O abastecimento de sólidos foi insuficiente para todos os participantes e, no meu caso, tive direito a apenas meia clementina dada por um membro da organização a cerca de 2K da meta. Eu sei que devemos ser quase autosuficientes, mas sabia bem uma laranja fresca algures depois da primeira subida. Um ponto a melhorar para o próximo ano.

 

Não podia terminar este post sem agradecer ao Nuno Milheiro, o meu companheiro de aventuras, um exemplo de superação e de alguma paciência para me aturar o caminho todo. E que venham mais aventuras juntos!