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Correr na Cidade

Race Report - Trilhos do Javali Nocturno 2017

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(Bo e Ana, a grande dupla) 

Se há algo que me incomoda quando estou a escrever uma race report duma prova é que nunca sei por onde começar quando quero escrever sobre uma grande aventura. Mas cá vai...

 

 

Nos dias anteriores à prova, o tempo pregou-nos uma partida (sim, eu sei que ainda estamos no Inverno) e choveu com alguma intensidade. Normalmente, isto é sinónimo de lama, que é como quem diz: aventura e quedas na certa!

Como costumo fazer sempre, cheguei com alguma antecedência ao local de partida, pois ainda tinha de levantar os dorsais da equipa e, até hoje, foi a prova onde o levantamento dos dorsais se fez em menos de 1 minuto! Ora, sobrou mais do que tempo para terminar de me equipar e ir ter com o resto do grupo. A noite estava fria, mas sem chuva.

Antes de irmos para a partida e tirar as fotos da praxe, a Bo decide vir comigo (já não era a primeira vez que corríamos juntas nesta prova) para fazer uma prova nas calmas (tão nas calmas que nem relógio levou). A nós juntaram-se mais umas caras conhecidas dos nossos treinos, como o Bruno Tibério, a Ângela e o Ricardo.

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(a foto antes da partida)

Fotos tiradas, frontal na testa e lá seguimos pela serra adentro. Posso dizer que, tal como em todas as provas em que participo, durante os primeiros 2 Km vou a reclamar de tudo: do frio, de não ter treinado mais, de ter comido antes de correr, etc...

 

Fazendo aqui um pequeno parênteses: desde o Trilho do Javali Nocturno do ano passado que aprendi que gostava de correr à noite. Sim, o risco de queda e de sustos é muito maior, mas os níveis de adrenalina estão no máximo, o nosso cérebro está em alerta máximo e, por vezes não há muito tempo para pensar. E este ano estava bem mais descansada, pois tinha a fantástica companhia da Bo Irik e o Nuno Malcata emprestou-me o frontal dele (obrigada, mesmo muito obrigada) e que tornaram a prova bem mais acessível. Este ano também contava com cerca de menos 7 Kg do que no ano passado e isso também me ajudou em algumas subidas.

 

Retomando à prova...esta tem alguns troços onde o "trânsito" fica acumulado e temos e aguardar um pouco para poder avançar. E, nesta prova, acho que perdi cerca de 25 minutos só nestas paragens. Não sei bem o tempo que parei nem o tempo de prova que fiz, pois a app do meu telemóvel deixou de funcionar mais uma vez. Mas, como o tempo não é o meu objectivo mas sim a diversão, não me importei. Com o piso mais escorregadio e com a minha tendência para as quedas, tive de ir com uma grande atenção ao trajecto. Mais uma vez me valeu a Bo que me ajudou a descer alguns trilhos mais inclinados.

 

Ora, como as paragens eram um pouco frequentes e estamos sempre a falar com alguém acabámos por conhecer alguns atletas bem engraçados: o Dj Luís, um senhor que levava a música alta e que nos ajudava a correr com mais ritmo e que torceu um pé antes do abastecimento (as melhoras!); a Ana, que quase que caiu para cima de mim depois dum trilho inclinado e depois desatámos a rir com a nossa figura; e a Helena, estreante nestas andanças de corrida em trilhos e que nos acompanhou quase até chegar à meta. Para mim o trail também é isto!

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(a Helena, eu e a Bo - obrigada Ana Cristina Gonçalves)

Infelizmente não tenho fotos dos trilhos cheios de lama, mas posso dizer que a lama era mais que muita e, cansada de tentar fugir para não molhar os pés, lá metia os pés nas poças. Esta parte só era chata porque a água estava fria e os pés ficavam muito gelados (possivelmente até foi isso que me fez ter cãibras um pouco antes do final a prova).

Não consigo descrever muito mais sobre os trilhos, pois ia com muita atenção ao chão e a quem ia à minha frente, mas posso dizer que adorei ver Tróia e a cidade de Setúbal à noite. Alguns dos trilhos que percorri já conhecia e isso ajudou-me a controlar o meu esforço durante a prova. Por volta do 13º Km, havia uma grande subida e eu sabia que tinha de me poupar até lá. O objetivo era nunca parar e assim foi! Na calçada romana é que foi pior: as pedras escorregadias e a "chuva molha-parvos" ajudavam a que cada passo em frente pareciam 2 passos atrás.

A cerca de 100 metros da prova havia uma descida que eu conhecia, com calçada, e que me deu impulso para entrar na meta a correr mais do que no início. E, claro, com o meu sorriso do costume :)

 

Pontos Positivos:

- a organização está, mais uma vez, de parabéns! Pela simpatia, pelo levantamento rápido dos dorsais, pela rápida distribuição da sopa, pela escolha dos trilhos e pela rápida intervenção da organização quando o DJ Luís torceu um pé numa descida;

- os trilhos - a escolha dos trilhos também foi muito boa; alguns eram mais difíceis e sei que obrigaram a alguns ajustes de última hora devido à lama;

- a marcação dos trilhos estava espectacular, não só pela escolha o material das fitas como pela marcação bem feita;

 

Pontos a melhorar:

- no ano passado destaquei a questão do briefing e volto a fazê-lo - o ruído do microfone não nos deixou ouvir o briefing dao pelo Nuno Abílio;

- este ano achei o abastecimento um pouco fraco, pois devia ter mais escolha e alguns alimentos com sal (se havia, não os vi).

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 (as nossas sapatilhas no final a prova...eu disse que havia muita lama)

Ponto da situação pós-prova:

- a Bo estava fresca como se não tivesse corrido;

- eu estava com as pernas arranhadas por causa as plantas rasteiras e não consegui comer no final da prova (chama-se "anorexia pós-prova");

- o Bruno Tibério torceu um pé num trilho (agora espantem-se) completamente plano e sem lama!

 

Uma prova a repetir, sem dúvida!

Obrigada a toda a equipa AMCF - Arrábida Trail Team e à Associação de Atletismo Lebres do Sado