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Correr na Cidade

Race Report: Corrida dos impostos

Por Ana Guerra:

 

Apesar do atraso, ainda vou a tempo de fazer uma pequena reportagem sobre esta corrida que decorreu no dia 11 de Maio, com início junto ao Campo das Cebolas (Lisboa) e um percurso de 10 Km ao longo da zona ribeirinha.

 

A manhã acordou um pouco nublada e eu não fazia ideia de que iria ser um dia muito quente. Como ia para o centro de Lisboa, aventurei-me a ir de elétrico e adorei! Sem stress, sem atrasos, sem preocupações com o estacionamento. Quando cheguei ao local de partida, ainda eram poucos os participantes que lá estavam. Aliás, esta corrida não teve tanta adesão como o que os organizadores esperavam.

 

Com muita calma iniciei o meu aquecimento e preparei-me para o início da partida.

 

Ali no meio reconheci uma senhora que me apresentou o seu marido, experiente nestas andanças. Mesmo lesionado, este senhor terminou esta prova em pouco mais de 30 minutos.

 

Quando estava à espera do tiro de partida comecei a reparar que o céu tinha ficado sem nuvens e o calor apareceu. Na altura não liguei muito porque estava ali com mais um objetivo: bater novamente o meu record nos 10K. Não tinha a noção de que esta iria ser uma corrida difícil.

 

O tiro de partida soou e a confusão do costume começou. Mas lá ia eu concentrada na minha passada. Ao fim de 1K, a voz da app do telemóvel diz que fiz este quilómetro em 05:55! “O quê?” – disse eu em voz alta. Pensei que a app estava avariada, mas não. Aconteceu o mesmo até ao 4ºKm. Fiquei espantada porque nunca tinha feito um tempo tão curto. O problema é que, às 11h da manhã, já estavam 30ºC naquela zona. E eu não me sinto bem a correr com o tempo muito quente.

 

No 8ºKm vi a tal senhora que me apoiava e me deu força para terminar. Se não fosse ela, eu tinha desistido logo ali. O calor estava insuportável. E no abastecimento cometi um erro: bebi água, molhei o corpo, mas não guardei nada para o final da corrida. Nesta altura ainda tinha que passar no local de partida/chegada, ir até ao viaduto junto à Estação de Santa Apolónia e regressar ao Campo das Cebolas.

 

Na volta de regresso, a partir do 9ºKm, começo a sentir tonturas, náuseas e fraqueza cerebral. Tentava fazer contas de cabeça e não estava a conseguir. Estes sinais são indicativos de hipoglicémia. Mas abrandei o ritmo, respirei fundo e disse para mim mesma que já só faltava 1K.

 

Na chegada senti um alívio enorme e agarrei-me a uma garrafa de água como se a minha vida dependesse daquele gesto.

 

Agora vamos falar um pouco sobre a organização deste evento: a distribuição dos dorsais estava muito bem organizada, pessoas simpáticas, boas fotos…mas, onde estão as fotos dos corredores que fizeram mais de 01:03:00 de corrida? Será que não merecem uma foto pelo seu esforço? E porquê sopa da pedra no final de uma corrida e com um calor insuportável?

 

Eis a minha posição: não consigo comer sopa da pedra quente após uma corrida daquelas, com aquele calor; a alternativa era ficar com o pão que davam junto com a sopa. E mais? Cerveja! “Mas…eu não gosto de cerveja!” – disse eu. A alternativa? Não havia. O que vale é que dentro da minha mochila trazia uma garrafa de água, uma barrita de cereais e uma maçã fresca.

 

Como sou nutricionista, não posso deixar de dar a minha opinião sobre a escolha da sopa da pedra e uma bebida alcoólica após uma atividade desportiva. Porque não darem um pão com queijo e uma fruta? E mais uma garrafa de água?

 

Eu já sabia que este seria o “menu” para este evento, mas eu não participei por causa da sopa, mas sim para correr.

 

Ah, ia-me esquecendo: bati o meu record dos 10K com um tempo oficial de 01:04:41.

 

Pena que não tenha uma foto da chegada para mostrar.

 

Boas corridas!

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