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Correr na Cidade

Não parem de correr!

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Andamos afastados e alienados daqui, do blogue. Continuamos a correr, tal como muitos. Mas a covid-19 e a sua permanência nas nossas vidas está a fazer mossa. Mesmo que não admitamos. Sabemos que vai ficar tudo bem. Só não sabemos quando e o que nos vai custar até chegarmos lá.


Por isso, as nossas prioridades estão em modo “sobrevivência”, não há pensamento, ação ou contemplação que não apareça finalizada, ou iniciada, com a palavra pandemia. Já cansa. E vai continuar a cansar até termos de volta as nossas vidas o mais parecido ao que eram antes. Se tal for possível.

Isto tudo para dizer que estamos por aqui. Tal como vocês. Continuamos a correr - e não tem sido pouco. Mas, por razões que talvez a própria razão não lhe apetece conhecer, tempos publicado menos que o normal. Sobretudo textos que nos levam a pensar o tempo em que vivemos no presente e naquilo que era o normal, no pretérito passado: as provas, os desafios, as sapatilhas, os treinos cheios de gente que acabavam com abraços de partilha só percebidos por quem corre vários quilómetros juntos percebe. 


Servem estas linhas para vos colocar ainda pior, mais deprimidos? Não, pelo contrário. É um “olá, nós estamos aqui, também”. É um “não desistam” e também um “continuem a correr - sozinhos ou acompanhados”. E sobretudo um: "estamos juntos nisto"

Correr hoje tornou-se mais importante do que nos dias normais. Dá-nos força física e alento psicológico. Quase terapia. Muitos em teletrabalho, em maratonas de telechamadas, com filhos em casa, viram a sua qualidade de vida diminuir.

Sim, houve o tempo dos aplausos e dos hinos à janela. Da novidade que nos tirou o sono, numa espécie quase euforica de estarmos todos, sem excepção, a viver uma coisa única. Má. Mas única. 

Mas é esta nova normalidade que faz mossa. Por isso corram. Continuem a fazer exercício, a suar e a sentirem-se vivos. Em segurança, claro. Sem abusar na confiança de que o vírus é só para os outros, mas sem desistir de correr ou andar depressa - se não tiverem cabeça e disposição nesse dia.

Não deixam, por favor, de calçar as sapatilhas, vestir aquela t-shirt berrante que tanto gostam e de dar uso ao smartphone que vos conta as calorias e tudo o resto. A normalidade há de chegar, mas não é por isso que não vamos tornar os nossos dias bons, ou melhores, vá.

A luta que estamos a ter com a covid-19 não é uma corrida longa, é uma ultra maratona daquelas com três digitos em milhas que precisamos de fazer contas para saber do que estamos a falar. Mas estamos juntos. Aqui, nas ruas e nos trilhos. Só 
não parem de correr.