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Correr na Cidade

A corrida cria empatia - um exemplo prático

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A semana passada escrevi um artigo sobre o livro de William Pullen: Corra pela sua felicidade”  e sobre a Terapia de Corrida Dinâmica. Basicamente, no seu livro, o William apresenta uma abordagem nova e radical ao mindfulness, que tem origem no nosso próprio corpo e no seu movimento. A corrida pode ser muito enriquecedora quer estejamos à procura de formas para lidar com a ansiedade, a raiva, a mudança ou a tomada de uma decisão.

 

"Corra pela sua Felicidade" apresenta planos de exercícios mentais apropriados a cada uma das necessidades (tanto para prática individual, em par ou grupo) inspirados no mindfulness e na Terapia Cognitiva de Comportamento, criados especificamente para serem praticados enquanto corremos ou fazemos caminhadas.

 

A Terapia de Corrida Dinâmica é uma abordagem holística para a vida, reunindo, em perfeita harmonia, a mente e o corpo, e combinando o poder de ambos para mostrar como podemos atingir o nosso potencial máximo.

 

E em termos práticos, como é a Terapia de Corrida Dinâmica?

 

 

A convite da Leya, editora do livro de Pullen em Portugal, participei numa sessão de mindful running. Foi então numa manhã de terça feira pelas 8h, em plena Feira do Livro, que me encontrei com o William, alguns colaboradores da Leya que correm (a Leya tem uma equipa de running para os seus colaboradores) e algumas bloggers.

 

O encontro começou com uma introdução por parte do William sobre o que era a Terapia de Corrida Dinâmica e sobre como nós podíamos usá-la enquanto corremos, mesmo sem apresentando patalogias psicológicas. Então explicou sobre o poder da corrida em criar empatia entre as pessoas e sugeriu que fizéssemos uma “empathy run”.

 

O exercício consistiu em, a pares, preferencialmente com alguém que não conhecêssemos, correr cerca de 30 minutos ligeiros, para se poder conversar. Nesses 30 minutos, primeiro uma pessoa falava cerca de 15 minutos sobre um desafio da sua vida (i.e. dificuldade de se adaptar ao novo emprego, dificuldades nas relações familiares, etc) enquanto a outra pessoa ouvia atentamente. Depois, a pessoa que tinha estado a ouvir, fazia um breve resumo sobre o que sentiu e ouviu (cerca de 5 minutos). E depois, invertiam-se os papéis.

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Fiz o exercício de empathy running com a Marisa, que nunca antes tinha visto. Comecei eu e, sem medo, contei-lhe um dos meus desafios pessoas, nomeadamente no que toca à gestão da minha vida social. Ando sempre a mil e acho difícil tirar um tempinho para descansar. A Marisa esteve super atenta enquanto eu falava e soube bem desabafar com um “entranho” enquanto corríamos. Depois, ela contou-me o que viu e sentiu. Foi incrível sentir que ela esteve tão atenta e sentiu tão bem aquilo que eu quis passar. É a isso que se chama empatia! Na segunda metade da corrida, invertimos os papéis e também assim a experiência foi muito interessante e enriquecedora. No final, demos um abraço. Emocionadas.

 

É curioso que nunca tinha sentido este poder da corrida de criar empatia. É claro que gosto de correr com amigos e conversamos e depois sentimo-nos bem. Mas correr e ouvir tão atentamente e ser ouvido é diferente. É a isso que se chama mindulness e é isso que permite criar laços fortes e maior facilidade de “desabafar”. Depois desta experiência fiquei convencida sobre o poder da Terapia de Corrida Dinâmica. A corrida solta-nos e isso pode ajudar-nos a resolver problemas psicológicos. Experimentem!

 

Obrigada à Leya, por esta oportunidade única. Gostei muito!