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Correr na Cidade

A caminho da Maratona - crónica 1. O início.

Por Nuno Ferreira:Em primeiro lugar, quero agradecer ao Filipe Gil, por ter aceite a minha proposta para escrever no Correr na Cidade, durante as próximas 16 semanas, sobre os meus erros, vitórias, desespero, tentativas e frustrações dos treinos para a Maratona de Lisboa.O sonho de correr uma Maratona remonta a 2011, ano em que recomecei a correr apenas para perder peso e para deixar para trás alguns problemas pessoais e profissionais. O que começou como uma pequena brincadeira de fim-de-semana, acabou por evoluir para algo mais sério e que ganhou cada vez mais força ao longo dos últimos dois anos. No fundo, sabia que iria correr a mítica distância mais cedo ou mais tarde.Quando soube que a Maratona de Lisboa, que se realizará no dia 6 de outubro, seria integrada na famosa Rock’n’Roll Series, senti que era a oportunidade certa para me inscrever. Era agora ou nunca e nem pensei duas vezes. Inscrevi-me logo no dia em que as inscrições abriram oficialmente nos balcões do Banif. Nem tinham ainda os formulários para a inscrição, mas lá arranjaram forma de me inscrever. A inscrição não foi barata, o que acabou por ser mais um motivo para levar este desafio até ao fim, ou pelo menos para o começar. Quando saí do banco, olhei para a folha de inscrição e só me lembro de ter pensado “O que fui fazer? Agora não há volta a dar!”.

Foi um autêntico ato espontâneo. Quem me conhece bem, sabe que sou uma pessoa impulsiva e que gosta de um bom desafio. Bato muitas vezes com a cabeça, mas acredito que sem arriscar, nunca saberei o que estou a perder.

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Estava feito. Não havia volta a dar

Para além de ser professor, sou também fotógrafo de casamentos e o tipo de trabalho que faço deixa-me completamente de rastos durante alguns dias. Para além das longas viagens de carro -  imaginem o que é fotografar durante mais de 15 horas, com equipamento pesado, sem tempo para descansar e por vezes completamente desidratado. Não é fácil! Por isso, aliar a falta de energia de um dia de trabalho a fotografar com os treinos em pleno verão ribatejano, não será uma tarefa fácil. Mas é como dizem… a pior parte de uma Maratona é o treino. O dia da prova é para disfrutar.Durante algumas semanas, procurei e li muita informação sobre planos de treinos para maratona, alimentação e exercícios de recuperação. Já tinha a experiência de treinos longos e de algumas Meias Maratonas em que participei, tendo feito o tempo de 1h39m55s na Meia Maratona de Lisboa, em março deste ano, mesmo tendo excesso de peso, o meu grande calcanhar de Aquiles.Apesar de toda a informação que recolhi, não consegui encontrar um plano de treinos adequado. Foi então que decidi pedir ajuda ao meu amigo Luís Mota, grande maratonista e ultramaratonista, que este ano participará na famosa prova de Mont Blanc, apenas acessível aos melhores. É uma verdadeira inspiração para mim e para outros atletas. O Luís delineou um plano simples e bastante completo com o objetivo de terminar a Maratona com um tempo de 3h25m. 3h25? Eu estava a pensar fazer um tempo entre as 4h e as 3h45, ou melhor, terminar a maratona na melhor das hipóteses sem me preocupar com o tempo. Só me preocuparia com os tempos depois da primeira experiência. Sabendo que o fato de conseguir treinar apenas três dias por semana, também limitará a minha prestação na prova, adaptei o plano do Luís de modo a tirar o máximo de proveito em três treinos semanais ao longo de 16 semanas.Mas vamos ao que realmente interessa! A primeira semana de treinos que terminou no passado domingo.Semana 1 / Treino 1 (quinta, 20 de junho)Após duas semanas sem correr por motivos profissionais e por cansaço extremo, fiz na quinta-feira passada ao final da tarde, o primeiro treino oficial para a Maratona de Lisboa. Foram 50 minutos calmos, apenas para esticar as pernas e preparar o corpo para o que aí vem. Não será fácil, mas encontro-me totalmente focado e motivado.A pensar nas possíveis lesões que posso vir a sofrer, optei por treinar em piso misto, ou seja, alcatrão e terra batida, dando preferência a este último tipo de piso. Infelizmente, Santarém não tem muitas zonas com este tipo de terreno, mas o Google Maps foi uma preciosa ajuda na procura de boas zonas para treinar.Geralmente, tenho três pares de sapatos de treino para ir rodando e optei por fazer este treino (e os próximos treinos mais longos) com os Saucony Progrid Mirage 3, neste momento em período de adaptação. Para quem não sabe, os Mirage 3 têm apenas 4mm de diferença de altura entre o calcanhar e a parte frontal do sapato, o que permite que o pé apoie mais a meio e não no calcanhar. Sim, para além de pronador excessivo, sou também um corredor que bate sempre com muita força com o calcanhar no chão. Este erro de postura e forma de corrida (e o calçado pouco adequado), fez com que me lesionasse no joelho direito no ano passado, o que me obrigou a seis meses de paragem forçada. A partir daí, tenho procurado o calçado certo e tentado corrigir a minha postura.nf2

 Os Mirage 3 portam-se cada vez melhor

 Os Mirage 3 já têm cerca de 60 km e só agora os gémeos se começam a adaptar ao esforço extra. Para além de ser um sapato com bastante amortecimento e de me ajudar a correr mais eficazmente, permite também controlar de forma adequada a minha pronação, graças ao arco de suporte extra.Acabei o treino com a sensação de que podia correr muito mais tempo, mas a chave para o sucesso é respeitar o plano de treinos sem grandes abusos. O meu joelho direito voltou a dar sinal ao fim de vários meses sem se queixar. Parece que me está a querer avisar que está atento e para eu não exagerar. Mensagem recebida, mesmo depois de 400mg de Nurofen e de um saco de gelo!Aqui ficam os dados do primeiro treino:Distância: 9.15 kmTempo: 00:50:00Piso: MistoCalorias queimadas: 855Avg Pace: 05:28 min/kmBest Pace: 03:52 min/kmAvg Speed: 11.0 km/hMax Speed: 15.5 km/hPeso: 85,2 KgSapatos: Saucony Progrid Mirage 3 NF3

 Registo do primeiro treino

 Semana 1 / Treino 2 (domingo, 23 de junho)Último treino da primeira semana. Devido à intensa semana de trabalho e ao cansaço acumulado, só foi possível realizar dois treinos quando estavam programados três. Ao contrário do último treino, as dores no joelho direito não apareceram. Confesso que começava a ficar preocupado com o joelho e a última coisa que queria era ficar parado mais seis meses por lesão e deitar por terra o sonho de fazer a minha primeira maratona.Assim, foram 60 minutos de corrida livre (12K certos) em piso misto, sem puxar muito, apenas para acumular alguns quilómetros nas pernas. Percurso com algumas subidas e descidas acentuadas para quebrar a monotonia.NF4

Uma das muitas subidas

 Por ser um treino mais longo, a escolha dos sapatos recaiu novamente nos Mirage 3, o que revelou ser uma escolha acertada. Acertada foi também a hora a que decidi correr. Optei por correr a partir das 19h30 e mesmo assim as temperaturas estavam acima dos 30ºC. Nem quero imaginar os treinos mais longos nos meses de maior calor.Chegado a casa, bebi o tradicional batido de proteínas e aproveitei para beber também uma bebida isotónica para recuperar do excesso de líquidos perdidos por causa do calor. Terminei com alongamentos e com alguns exercícios de reforço do core.Dados do treino:Distância: 12 kmTempo: 01:00:13Piso: MistoCalorias queimadas: 1113Avg Pace: 05:01 min/kmBest Pace: 03:06 min/kmAvg Speed: 12.0 km/hMax Speed: 19.3 km/hPeso: 86,0 KgSapatos: Saucony Progrid Mirage 3Para a semana há mais! 

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