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Correr na Cidade

Novidades Adidas

Da casa Adidas apresentamos os novos modelos Ultra Boost para homem e mulher. Este modelo da marca alemã é o único que apresenta uma médiasola 100% em Boost, a tecnologia da Adidas que garante o maior retorno de energia do mercado. A versão outuno/inverno apresenta além de novas cores algumas pequenas novidades, como a introdução de borracha continental na sola.

 

Além deste modelo, a nova coleção apresenta os modelos Rocket e uma nova versão Sequence, além do têxtil com tecnologia ClimaHeat para proteger do frio.

 

Curioso? Nada melhor do que ir ver ao vivo.

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Preview: FAAS 300 S V2

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Por Bo Irik:

 

Os FAAS 300 da PUMA foram uns dos meus ténis preferidos para estrada até 10-15km. Leves, drop reduzido e lindos de morrer. Usei e abusei tanto destas sapatilhas que tive literalmente que os deitar fora depois de uma voltinha de honra na Corrida da Linha, um ano e meio depois de os ter recebido. Cheguei a correr duas edições da Corrida das Fogueiras com estas queridas sapatilhas, a edição de 2014 e a de 2015. A primeira impressão e review final destas sapatilhas minimalistas da Puma já foram partilhadas aqui no blog.

 

Felizmente, a Puma, ao saber que as minhas FAAS 300 tinham sido reformadas, decidiu oferecer-me um par novo, desta vez os FAAS 300 S V2. Já o Rui Pinto andava a experimentar estas sapatilhas, na sua versão PowerCool e o feedback foi muito positivo, elevando a minha expetativa.

 

A gama FAAS da PUMA apresenta uma escala de amortecimento FaasFoam, de 100 a 1000, desde a corrida minimalista até modelos com mais amortecimento..

 

A primeira impressão deste modelo é boa. São relativamente leves, com apenas 210 gramas e apresentam um drop de 8mm. Por mim, preferiria um drop ainda mais reduzido, perto dos 5mm, mas 8 já é muito menos que os 12mm de drop dos Puma Ignite. A sapatilha encontra-se disponível em 4 cores e o preço começa nos 50€ (online). Em comparação com o modelo que usava anteriormente, esta sapatilha tem uma “FAAS Engineered Stability Zone” melhorada e de facto, sinto que fornece mais estabilidade.  

 

Tenho usado estas sapatilhas em treinos mais rápidos e na Corrida do Montepio e parece-me que me irão acompanhar nas próximas provas de 10km. Em breve, publicarei a review aqui no blog.

 

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"Amazing", "Great", a Meia Maratona de Lisboa vista por bloggers espanhóis

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Entrevista por Filipe Gil
Fotografias por Sebas Montero

 

Na última Rock'n'Roll Marathon & Half Marathon do passado domingo, dia 18 de outubro, vários bloggers espanhóis, adeptos do running, foram convidados pela Adidas Portugal para virem correr pelas ruas de Lisboa.

 

 

Entre os vários, estavam Alma Obregon e Lucas Heras, um casal muito simpático e que adoram viajar e correr. Alma é umas das bloggers mais conhecidas de Espanha e podem conhecer melhor o seu trabalho ou as suas aventuras na corrida. Não deixamos a oportunidade de lado e fizemos-lhes uma entrevista que publicamos aqui - e por questões de tradução, preferimos fazer as perguntas em inglês. 

 

Tell us a bit about both you (Alma & Lucas)?

Alma: My name is Alma Obregón, I'm 31 years old and I am a teacher at a pastry school. I also host a TV show on baking. I have been running for more than 5 years now and I love marathons and ultra-marathons.

Lucas: My name is Lucas Rodríguez, I'm 34 and I work in a private foundation. I run since 2009 and met Alma while training for the Seville Marathon. We got married this august.

 

Was this your first time running in Lisbon?

Alma: Yes.

Lucas: No, I actually ran the Half Marathon (the other one) in 2011, it was my first half marathon ever!

 

How was the experience of running Lisbon’s Half on the October 18th?

Alma & Lucas: We loved it. The beginning of the race is amazing and we enjoyed the whole experience very much.

 

Running in Lisbon is different from running in Spain. Which are the main differences? 

Alma & Lucas: We think it wasn't that different, we found it very similar to Spain :)

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How is the "running scene" in Spain? Are there more people running than before?

Alma & Lucas: Yes! It's crazy now. There are thousands of runners in each race and everyone seems to run these days. A few years ago it wasn't like this. Now everyone runs.

 

You both run trail and road races. What do guys you prefer?

Alma: I prefer trails, I love running in the mountains, but enjoy Marathons very much as well.

Lucas: I love road races, especially short ones, I enjoy 10k and half marathons the most. 

 

Alma, you have run the Leadville 100 mile race. How was it? 

Alma: It was crazy!!! Hahaha. It was the most challenging race I've ever ran. I trained hard for it but it was even harder that what I expected. The altitude is so extreme and climbing Hope Pass is like hell. But I loved it. Lucas was super important for me, as he was my crew for the first kilometres and then ran with me the last 60k. I couldn't have made it without him!

 

Do you have any tips for our readers to choose a good Marathon or Half Marathon in Spain?

Alma: I think the best marathon for a personal best is Seville. Also Valencia is super flat. And I loved running the Barcelona Marathon, there are thousands of people cheering the runners.

Lucas: I would recommend the Behobia-San Sebastián. It's only a 20k, not a half marathon, but it super special, with lots of people supporting the runners. It's great!

 

Do you have plans to come back to Portugal and race another event? 

Alma & Lucas: Yes! Definitely!!! We'd like to run the other half marathon in Lisbon :) 

 

10- Are you going to run New York Marathon, November 1st? Is it your first time? If yes, what are you guys expecting from that?

Alma & Lucas: Yes, we're both running NY Marathon this Sunday. It's our first NY Marathon and our second Major (we ran Chicago last year). This time we won't aim for a personal best, we just want to enjoy the race as much as possible.

 

Can you both choose one word to describe your experience in Lisbon?

Alma: Amazing!

Lucas: Great!

 

Alma and Lucas, Correr na Cidade Running Crew wish you good luck in NY, above all, enjoy the ride!

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Trilhos de Bellas - Entrevista a Rodrigo Noivo

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Por Pedro Tomás Luiz

 

Esgotados! é assim que estão os I Trilhos de Bellas, organizados pelos Go! Runners. Fomos conhecer Rodrigo Noivo um dos organizadores da prova, já que o padrinho será o grande Stefan Pequito.

 

1. Quem é o Rodrigo Noivo?

Sou uma pessoa que é apaixonada pela corrida e por tudo o que ela envolve. Cresci numa aldeia da região Oeste, São Bernardino, sendo que numa fase mais adiantada da minha vida fui morar para Vialonga. Em termos desportivos, pratiquei Ténis de mesa e Futebol como desportos federados, estando actualmente ligado profissionalmente ao ensino na área de natação.

 

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2. Como é que começou a correr? 

Comecei a correr regularmente em 2008, iniciando-me em provas de estrada, ainda na altura em que era militar da Força Aérea, com alguns dos meus  camaradas, onde percorríamos várias zonas do país. Mas foi em 2014 que transitei para os trilhos no 2º trail de Bucelas e a partir dessa altura tenho optado mais por este tipo de provas.

 

3. Faz outros desportos?

Dado que tenho facilidade de usufruir de piscina devido à minha actividade profissional, pratico natação como complemento à corrida e também como parte importante do processo de recuperação após as provas ou pequenas lesões. Realizo ainda semanalmente algumas sessões de reforço muscular de forma a tentar harmonizar o corpo a nível muscular, evitando descompensações do mesmo.

 

4. Desde que corre qual foi até hoje o ponto mais alto?

No inicio deste ano lancei-me ao desafio e participei no Ultra Trail Conimbriga Terras de Sicó com uma distância aproximada de 111km. Tendo em conta o esforço despendido e o resultado obtido (top 20 da prova sem nunca ter feito até então distâncias superiores a 60kms) foi o evento que mais me orgulhou, isto apesar de já ter feito alguns pódios em outras provas.

 

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5. O que representa para si o Trail Running?

O trail running representa outra forma de olhar sobre a corrida, que contempla um aperfeiçoamento da táctica de corrida, o desafio, a camaradagem entre corredores, a beleza da natureza, o sofrimento e a busca dos limites do nosso corpo, sendo que estes "ingredientes e outros mais acendem-nos a paixão por este desporto.

 

6. Quem são os seus atletas de referência?

Tenho alguns atletas de elite que aprecio bastante, mas os meus atletas de referência são os irmãos Lino e Rui Luz, tanto pela sua simplicidade, como também pelos desafios a que se sujeitam, sendo uma fonte de inspiração para todos nós. Outro atleta que eu tenho o prazer de dar uns passos de corrida em sua companhia é o Rui Pacheco que é um lutador nato e uma força da natureza.

 

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7. Um trail em Belas? Tendo em conta que só na zona de Lisboa há pelo menos mais 4 provas nesse mesmo fim-de-semana, o que faz do Trail de Belas uma prova a não perder?

Todos desejamos que as provas organizadas por nós próprios possam ser as melhores, por isso acho que os Trilhos de Bellas será um bom desafio para todos os participantes e que possam ser recebidos e tratados da melhor forma possível no antes, durante e após a prova, sendo um privilégio usufruir de um cantinho de natureza aqui tão perto da maior cidade do nosso país.

 

8. O que podem os atletas esperar desta prova? 

Em termos de altimetria não será concerteza uma prova duríssima, mas enganem-se quem pensa que vai ser um passeio pela serra e se o São Pedro resolver abençoar-nos, os atletas que se preparem para o terreno enlameado, como também para ter cuidado nas partes técnicas do percurso devido ao piso mais escorregadio.

 

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9. Dicas para a prova 

Convém todos os atletas terem uma boa preparação física, sendo este o ponto principal. Posto isto, em termos de equipamento a levar para a prova pode variar de acordo com as condições atmosféricas, mas ter um calçado de trail que "agarre bem" pode ajudar nas partes mais técnicas, bem como o uso de cinto ou mochila com liquidos (água e/ou isotónico) para uma melhor hidratação durante a prova. Não esquecer prestar a devida atenção à sinalização e marcação da prova para evitar quilómetros a mais e a ocorrência de quedas.

 

10. Qual é o seu mantra?

Para alcançar resultados é necessário esforço, trabalho, ambição e acima de tudo motivação.

 

Quando a corrida se torna obsessão

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 Ilustración: N.C. Winters

 Por Tiago Portugal

 

Andas obcecado com a corrida! Esta afirmação é familiar a alguém?

 

A corrida e a ânsia por resultados pode, em alguns casos, transformar-se numa verdadeira obsessão e tomar uma dimensão tal que ponha em causa o rendimento profissional e a vida pessoal e familiar.

 

É sempre importante relembrar que nem sempre “mais” significa “melhor”.

 

Atingir o equilíbrio entre a nossa paixão e as restantes componentes do nosso dia-a-dia pode revelar-se algo verdadeiramente complicado de atingir, e é preciso ter um grande jogo de cintura, algum poder de encaixe e muita flexibilidade para repartir o nosso tempo entre as diferentes atividades que a maioria de nós têm: desportiva, profissional e familiar.

 

É preciso tempo para:

  • A atividade desportiva, profissional e familiar;
  • Treino e competição;
  • Treino, períodos de recuperação e tempo de lazer;
  • Treino de força, técnica e resistência;
  • Períodos de carga nos treinos e períodos de relaxamento/afastamento.

 

De que forma poderemos nós construir e gerir esse equilíbrio?

 

Como planificar o nosso treino de forma a respeitar todas as componentes da nossa vida?

 

Quais os sinais de que estamos obcecados? Sofreremos de vigorexia?

 

Treinar com qualidade e não quantidade pode ser a chave para permitir atingir os resultados desejados em todas os aspetos da nossa vida, e não só os desportivos.

 

O aumento, ainda que ténue, do rendimento desportivo através da melhoria dos tempos alcançados ou das distâncias percorridas associado à produção de endorfinas pode conduzir, mesmo às pessoas mais equilibradas, a uma alocação do tempo cada vez maior no desporto e na prática da corrida em detrimento da família e do trabalho.

 

Esta intensa procura pela melhoria e progresso, aumento do bem-estar físico e consequente autoestima pode tornar-se uma obsessão e desviar a nossa atenção de aspetos relevantes da nossa vida.

 

É cada vez menos raro vermos ou conhecermos alguém que abdica dos fins-de-semana todos para treinar ou leva o seu treino e dieta a extremos pouco saudáveis, pondo em causa a sua saúde e sanidade mental.

 

Paixão que devora, a corrida pode progressivamente fechar quem a pratica a uma vida solitária e inteiramente focada nos treinos e objetivos. Os eremitas desportivos são uma espécie em crescimento.

 

Alimentação cuidada ao extremo, plano de treino seguido ao milímetro, períodos de descanso calculados ao minuto, utilização de relógio, cardiofrequencímetro, zonas de HRM específicas, tudo isto seguido sem flexibilidade, como se fosse o único caminho possível para alcançar os resultados, talvez o mais rápido mas não por isso o melhor e mais duradouro.

 

A juntar a este rigoroso planeamento existem cada vez mais praticantes obcecados que abdicam de todas as distrações possíveis, festas de amigos, jantares em família, convívio, o célebre dia da asneira para comer um doce. O treino e a aproximação das provas passam a ser a principal desculpa para evitar o contacto social e permitir o afastamento e isolamento.

 

Não é fácil reconhecer que atingimos esta obsessão, que efetivamente estamos viciados no desporto, na corrida e nos resultados.

 

Existe uma ideia preconcebida de correlação entre a quantidade de treino e a melhoria do rendimento desportivo. Será que treinar mais vezes, mais tempo, de forma mais intensa e com um plano rigoroso e austero levará efetivamente a melhorias? Ou será uma mera ilusão?

 

Queremos treinar com a mesma intensidade que os desportistas profissionais, esquecendo-nos que ao contrário destes, não vivemos do desporto e temos outras atividades profissionais.

 

Fará sentido um corredor amador querer treinar da mesma forma do que um atleta de elite? Creio que não. Começa desde logo por não termos as mesmas condições: treinadores, equipa médica, fisioterapeutas, patrocinadores, etc.

 

É muito difícil a um corredor amador rivalizar com estes atletas e pretender efetuar o mesmo tipo de treino. Quem o tenta e não alcança os resultados desejados, é invadido por uma sensação de culpabilidade, de não ter feito o necessário e entra numa espiral recessiva de um isolamento cada vez maior.

 

Treinar com a sensação que estamos a roubar tempo à nossa família e amigos não é positivo e cria stress, ansiedade e sensação de culpabilidade.

 

E se depois de tanto esforço e termos abdicado de momentos em família não atingimos os resultados pretendidos? O que acontecerá? Dependerá das características individuais de cada um de nós.

  

Para alcançar uma boa condição física, mental, moral e social é preciso conciliar e gerir todos estes equilíbrios e ter flexibilidade para adaptar os nossos objetivos à nossa realidade e saber que não podemos todos aspirar a ser o Carlos Sá ou Kilian Jornet.

 

Pelo menos eu já deixei de sonhar com isso.

 

Race Report: MUT Sintra 2015

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 Por Bo Irik:

 

No ano passado apaixonei-me por esta prova e este ano não podia faltar! Mais uma vez, a prova não me desiludiu. Acredito que, em Portugal, é das provas com maior potencial internacional, no sentido de ser muito especial. A prova é especial por vários motivos:

 

  1. A localização e percurso: Sintra. É preciso dizer mais? O percurso, tal como no ano passado, começa com uma voltinha de aquecimento pela vila, de cerca de 1,5km. Nesta voltinha, sentimos o apoio do caminhantes (também há uma caminhada de 5km) e dos que vieram à rua apoiar. O percurso passa, portanto, pela vila de Sintra e um dos pontos altos do percurso é a passagem pela misteriosa Quinta da Regaleira.
  2. À noite: É outro ponto diferenciador da prova, tornando a especial e enaltecendo a sua misticidade. É giríssimo ver filas de runners com os frontais ligados a subir até ao Castelo dos Mouros.
  3. Os voluntários. Em cada viragem, em cada ponto potencialmente perigoso e nos abastecimentos. Havia muitos voluntários, todos igualmente simpáticos. Embora tenha agradecido a quase todos ao passar por eles durante a prova, repito: obrigada!

 

Num fim-de-semana marcado pela chuva, São Pedro decidiu ser amigo na noite desta mágica prova e praticamente não choveu. Ainda bem, porque o percurso passava por algumas zonas mais perigosas, por serem escorregadias e a chuva poderia piorar essa situação.12045479_118147728544895_8687571819642049189_o.jpg

 

Este ano tivemos o prazer de correr mais dois quilómetros que o ano passado, quase 12km no total. É uma prova dura, nada fácil, tanto em termos de piso com em termos de altimetria. Para quem não está habituado a correr em trilhos, prepare-se porque não é uma prova de estrada habitual. Ainda bem, a meu ver, desta forma, a prova não se torna nada monótona. De facto, estava tão entretida com as vistas, o cheiro e o piso que nem dei conta dos quilómetros passarem e nem olhei ao relógio.

 

Em termos de altimetria, depois de um “aquecimento” de cerca de 2,5km começa-se a subir. Muito! O ponto mais alto é 460 metros e o mais baixo 100, sendo que a partida/meta se encontra a 200m de altitude. Depois de subir até ao ponto mais alto, ao km 7, desce-se muito, até ao ponto mais baixo (Altimetria total: 640m). Esta descida deu-me um prazer brutal. Felizmente trouxe os meus Skechers velhinhos que sei que se dão bem com a calçada escorregadia, e assim voei monte abaixo. A última subida, de pouco mais de um quilómetro, foi a mesma que o ano passado e foi igualmente penosa. Confirma-se: prefiro descer.

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Desfrutei muito da prova, foi um equilíbrio entre competição e diversão. Nas subidas mais íngremes, fui a caminhar, lembrando os restantes participantes que não se deveriam esquecer de desfrutar da vista. Até houve uma pessoa que disse, e bem, “esta Bo do Correr na Cidade parece uma guia turística”. E assim fui dando mais uma indicação ou outra à malta do Porto que não conhecia bem a zona :) 

 

 

 

Pontos positivos:

  • Partida / Meta: muito bem preparado logisticamente, com cafés, casas de banho, feira de material técnico. O evento contou com música para anima e um comentador que animava a partida e parabenizava os “finishers”.
  • Excelente apoio por parte dos voluntários.
  • Zona / Percurso: a meu ver dos mais originais e encantadores de Portugal, conforme mencionei acima.

 

Pontos a melhorar:

  • Hora da partida: 21h, a meu ver é muito tarde. Se a ideia é correr à noite, nesta altura do ano, 19h00 já serve perfeitamente e assim ainda podemos ir jantar e comer travesseiros depois (os cafés e restaurantes de Sintra fecham às 23h, deixando pouco tempo para o “recovery”).
  • Preço: Se vale à pena? Vale. Mas 14,90€ (Inscrição individual sem frontal até uma semana antes da corrida – depois aumenta para 17,90€) é relativamente caro para uma prova de 10km.

 

Em suma, adoro esta prova. Recomendo-a vivamente para quem gosta de algo diferente e desafiante. Em 2016, pelo terceiro ano consecutivo, conto voltar.

Skechers GoRun Strada: robustez e suavidade

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Por Bruno Andrade

 

Quando me perguntaram se gostaria de testar os novos Skechers, nem sequer hesitei… os melhores ténis que já tive até ao momento foram da marca, mais especificamente os Go Bionic Trail, para a prática de Trail Running.

 

Só o facto destes Skechers GoRun Strada terem sido criados a pedido de Meb Keflezighi, vencedor da Maratona de Boston em 2014, já é motivo mais do que suficiente para despertar a curiosidade sobre os mesmos.

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Nesta primeira impressão e, sem entrar em grandes detalhes, até porque os 20KM percorridos com eles ainda não permitem dar um feedback muito completo sobre a performance destes, notei de imediato a robustez deste modelo, no entanto o pé pareceu adaptar-se muito bem ao calçar e, nestes primeiros quilómetros foi bastante evidente a suavidade com que se dá cada passada.

 
Outros dos aspetos fundamentais são o drop de 8mm e a sola com a combinação de duas tecnologias - Resagrip e Resalyte - caraterísticas que fazem com que exista uma boa aderência e um bom amortecimento em qualquer tipo de terreno, embora ainda tenha apenas testado em piso seco e regular.

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Até ao final do mês espero percorrer mais distâncias em treinos com outro tipo de condições, tanto climatéricas como de terreno, com este mesmo modelo de ténis para poder partilhar convosco uma revisão mais completa.

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Saucony Ride 8 - Unboxing

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 Por Pedro Tomás Luiz:

 

É difícil uma marca recolher unanimidade, no que se refere às opiniões dos corredores. É verdade também que somos muito mais passionais com as marcas, do que aquilo que cremos que somos. No entanto todas as pessoas com quem contatei e que experimentaram Saucony, atestam, sem exceção a qualidade das sapatilhas fabricadas por esta marca. Já o preço…  isso era outra conversa.

 

Da minha parte os Saucony Ride 7 (gentilmente comprados por mim) foram de longe as melhores sapatilhas de estrada que alguma vez calcei. Leves, mesmo em tamanho “barco” (EU 48), confortáveis, com um excelente fit, altamente respiráveis e coroadas com o que é para mim é o melhor drop 8mm. Esta versão inclusive ganhou o “Editor’s Choice” da Runners World,  sendo eleita como a melhor sapatilha do ano.

 

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Assim, a minha expetativa para as Saucony Ride 8 (gentilmente cedidos pela marca) é enorme, com a vantagem de poder realizar uma análise comparativa entre os dois modelos.

 

Do que a marca refere, a oitava edição apresenta um novo desenho do upper para uma maior respirabilidade, leveza e ventilação. O amortecimento, mantem a tecnologia PowerGrid, que permite uma maior absorção de impacto.

 

Falamos daqui a 150km…

 

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Entrevista: Nelson Graça, o guerreiro dos trilhos

 

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Por Luís Moura:

 

Introdução

Nelson Graça tem 27 anos e começou a correr há 13 anos. É uma presença assídua a nível nacional em várias provas de trail e já tem no seu curriculum participações em algumas etapas dos circuitos europeus de trail e sky marathons.

Vamos conhecer um pouco mais sobre este atleta em ascensão:



Quem é o Nelson Graça? Como te descreves sucintamente
Alguém que sempre adorou novos desafios, associados ao desporto, natureza e companheirismo. Natural de uma pequena aldeia da Serra da Estrela, acabei por ter a minha adolescência na vila ribatejana da Golegã. Militar de profissão até ao momento, vi nos Comandos a oportunidade de enfrentar novos desafios pessoais. Iniciei-me no desporto em ginástica quando ainda era bastante novo, e depois de passar pelo futebol, encontrei na Orientação a oportunidade para um jovem fraco fisicamente conseguir conhecer o nosso bonito Portugal. Com tantos anos de Orientação, pelas mais diversas florestas e montanhas portuguesas e estrangeiras, não foi difícil apaixonar-me também pelo Trail. Neste momento vivo o presente, para que o amanhã tenha um pouco mais de história, e um pouco mais de vida!

 

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Como é que apareceu o gosto pela corrida? Foi por influência na escola ou familiares?
Quando comecei a praticar desporto, era um jovem com excesso de peso. A corrida surgiu na minha vida, um pouco para me ficar a sentir melhor comigo mesmo, e também para desanuviar um pouco ao fim de um dia de aulas. Não tenho tradição desportiva na família, infelizmente, e por isso não tive um grande apoio familiar quando começei a correr. Sair para treinar e competir, nem sempre foi visto com bons olhos lá em casa, a não ser que as notas na escola melhorassem.

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Em que medida estares no ativo no Exército influencia os teus treinos? Coloca-te alguma limitação temporal ou, neste momento, permite fazer uma boa gestão do tempo disponível?
No Exército a actividade física deveria ser um dos pilares fulcrais, no entanto, devido ao enorme empenhamento que a Unidade onde estou colocado tem, nem sempre é fácil conciliar com os treinos. Se existem momentos em que é praticamente impossível conciliar com os treinos, também é verdade que há fases em que a instituição nos possibilita ter bastante tempo para o treino físico, o que me beneficia no planeamento de treino.


Já tiveste muitas limitações quando estiveste no Afeganistão. Como era saber que não poderias treinar da melhor maneira para as provas que querias?
Adaptava-me. Ao estar por diversas vezes no Afeganistão, fiquei privado de ter a possibilidade de estar presente em competições desportivas que sempre gostei de estar. Treinava nas passadeiras dos ginásios ou sujeitava-me à poluição e poeira típicas de Cabul, que no verão eram inflacionadas pelo enorme calor que se fazia sentir. Também me sujeitava às temperaturas negativas e neve do Inverno rigoroso. No entanto, tal como os portugueses, muitos eram os contingentes estrangeiros que organizavam actividades desportivas ao longo da missão, algumas delas famosas corridas populares, em que aproveitava a oportunidade para competir e ter outros objectivos enquanto estava longe de Portugal.

 

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O facto de seres militar tem algumas desvantagens, mas também traz muitas coisas boas. Achas que a disciplina e o rigor que faz parte de pertencer a uma força especial ajuda no transfer para os treinos e provas?
Sem dúvida que nos Comandos aprendi o que é a pontualidade, disciplina e organização temporal. Quando se é exigente e se pretende elevar uma fasquia para os nossos objectivos desportivos, todos estes factores se tornam muito importantes no dia a dia para conciliar com os sacrifícios pessoais e familiares que fazemos.


Tens sempre imenso cuidado e estás sempre a dar boas dicas de alimentação. Partilhas a opinião que o nosso peso é 80% alimentação e 20% esforço?
O nosso corpo é uma balança bastante complexa. É verdade que quando se atinge um volume de treino muito grande, sentimo-nos um pouco mais à vontade para comer aquilo que quisermos. Tento ter algum cuidado com a dieta que faço ao longo do dia, mas não escondo que sou bastante guloso e não abdico de vários alimentos que tanto adoro. Cada indivíduo deve ter o seu equilíbrio entre a alimentação e o dispêndio de energia que tem no dia a dia.

 

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És apologista que todos devemos ter uma alimentação cuidada e equilibrada, seja atleta ou não?
Claro! Atleta ou não, a nossa saúde agradece e muito uma alimentação cuidada. Como diz o velho ditado “somos o que comemos”! Todos sentimos as diferenças no nosso bem estar quando optamos por uma alimentação mais ou menos saudável. A tentação por comidas mais “gulosas” pode ser enorme, no entanto elas também fazem parte da nossa alimentação. É necessário escolher determinados momentos para as comer sem privação, matando assim o “bichinho” do desejo.

 


Como se deu o salto de atleta de "alcatrão" para os trails ou algumas das últimas sky marathons ?
Nunca fui um atleta de alcatrão. Iniciei-me na prática desportiva na modalidade de Orientação, um desporto muito bonito em que a floresta é o palco da sua prática. Como tal, a corrida em montanha de uma maneira muito genérica, sempre fez parte da minha vida, uma vez que as principais competições e estágios de Orientação, eram feitos em locais como o Gerês, o Alvão, a Estrela, etc...; As provas de “alcatrão” sempre foram uma maneira de alargar a minha visão desportiva, aproveitando as corridas mais populares para testar e avaliar a minha condição fisica com rigor, bem como para o convívio e o ambiente fantástico que as corridas urbanas também têm.

 

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O que trazes da tua última prova, a maratona da Ultra Pirineus? O que te ficou mais retido na memória ?
Uma partida arrepiante, complementada com uma chegada muito emocionante foram sem dúvida dos momentos mais marcantes. O ambiente catalão é muito acolhedor e sem dúvida que a população tem o Trail intrínseco no seu dia a dia. Afinal, como te sentirias se aos 2500m de altitude tivesses alguém que trepou uma montanha só para te aplaudir sob um frio gélido?

 
Chegar em 7º da geral e ser o melhor português numa prova deste calibre provoca um turbilhão de emoções enorme. O que te vai pela cabeça a 1km da meta? O que falas com os teus botões da camisa?
Independentemente de classificações, sempre que caminhamos para o fim de uma prova destas, tudo passa pela cabeça. Os sacrifícios que fizemos para ali estar. Quem nos apoia estará presente para assistir à nossa chegada? No caso da Maratona, sabia que pelo menos uma pessoa estaria a acompanhar a minha prova, não no local, mas pela internet. Sabia que estava ali muito graças a ela, e que se ia em 7º ou em que lugar fosse, ela era a responsável pela preparação ter sido mais fácil. Terminar a prova num mar de gente e faltar quem mais nos apoia, foi como se na verdade estivesse sozinho.


O nível competitivo nestas provas é elevado, basta ver os tempos de passagem pelos PAC's e a pouca diferença nos tempos entre atletas no final da prova. Mesmo nestes ritmos elevados e andando sempre rodeado da "nata" do trail, consegue-se aprender coisas novas durante a prova? Pequenos truques e dicas que vemos os outros a fazer e dizemos para nós mesmos "hummm, parece-me interessante"?
Sem dúvida que pelo menos eu tenho muito a aprender no Trail. A este nível temos o privilégio de estar rodeados por atletas que conhecem bem a montanha, as suas caracteristicas e as exigências físicas que dela advém. Estudei o melhor que pude a lição e a minha estratégia em casa antes da Pirineu, no entanto é no momento que temos de nos adaptar e ir reformolando as nossas estratégias consoante o nosso estado, a nossa classificação e o próprio decorrer da prova. Um dos momentos que não me esqueço foi quando seguia com o atleta da The North Face Yarey Duran Lopez, que tinha uma estratégia muito boa de gestão de esforço quando estávamos quase no topo da montanha a 2500m. Posso dizer que ali estava a aprender pequenos grandes truques a meio da prova com um dos melhor atletas internacionais de Ultra Trail.

 

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Quais os teus objetivos para 2016?
2016 será uma grande incógnita. Entre conciliar o trabalho, as competições de Orientação, o Troféu de Atletismo de Cascais, o Trail e muitos outros projectos que estão previstos para o próximo ano, não será fácil. No entanto não quero descuidar o desgaste que as provas de Trail têm sobre uma época inteira. Existem demasiadas provas em que quero estar presente, mas há que selecionar bem e antempadamente o que queremos fazer. Vou tentar ser criterioso com as provas onde apenas gosto de estar presente para treinar, ou aquelas que gostaria de estar a 100%


E quais são os teus sonhos para a corrida nos proximos anos?
Para alguém que leva o desporto como um hobby como eu, penso que acima de tudo é poder conciliar a vida social e profissional, com o mundo desportivo. As corridas são uma grande parte de mim, no entanto existem outras prioridades neste momento. Poder treinar e ir fazendo as minhas corridas sem ter nada que o impeça, é sem dúvida o maior sonho desportivo!


Já disseste por diversas vezes que não te vês neste momento a fazer provas maiores do que maratonas. Achas que preferes mais a "velocidade pura" das distâncias mais curtas ou as ultra maratonas não te fascinam como aos outros atletas? Achas que neste momento não irias sentir a adrenalina e o kick de emoções que as curtas te proporcionam agora?
Como já tinha referido, acima de tudo gosto de poder treinar ao fim de um dia de trabalho cansativo, nos fins de semana poder sentir o convívio das provas e sentir-me  bem comigo mesmo. As Ultras para além de desafios pessoais e momentos de grande superação, representam também uma grande agressão ao corpo de um atleta, deixando um grande desgaste que perdura durante meses. Por esse motivo encontrei nas Maratonas de Montanha um equilíbrio para tudo isso. Não quero dizer que um dia não venha a reformular opções, e não opte por andar uns meses mais empenado!

 

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Como vês o atual panorama nacional de trail? Este "boom" gigante de atletas de pelotão como os especialistas chamam?
Todos sabemos que o Trail é conhecido pelo seu companheirismo e entre ajuda. A sua prática proporcionou a oportunidade de muitos portugueses sairem de casa para virem conhecer o nosso Portugal. Muitos iniciaram-se no desporto, outros optaram por trocar de modalidade, mas muitos apaixonaram-se pela beleza dos trilhos e das paisagens em Portugal. Cada um é livre de praticar a sua distância, ao seu ritmo, com os seus próprios objetivos. Já assisti a vários “booms” noutras modalidades, mas quero acreditar que o Trail terá uma fase longa, duradoura e sustentável. Agora tudo depende da criação de bases sólidas e que os bons princípios do Trail e do respeito pela montanha nunca se percam.

 


Em 2015 devemos estar a chegar a um pico "controlado" de número de provas e em 2016 e 2017 devemos ver um retrocesso no numero de provas, pois as pessoas vão começar a ser mais exigentes e a escolher as que tem mais qualidade ou percursos "desafiantes". O que é importante para ti numa prova? Como decides aquelas provas que queres participar? 
Localização, percurso, dificuldade, qualidade da organização?
Acima de tudo procuro visitar locais novos, aproveitando as provas que proporcionam os locais mais agradáveis e bonitos do nosso Portugal, Europa e talvez um dia pelo Mundo fora. Coloco a segurança da organização como um dos principais factores para estar presente, não abdicando de ter presente sempre alguns companheiros do Trail presentes para bons momentos de companheirismo.

 

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O que pensas da profissionalização do trail? É um caminho que lá fora já está a ser seguido e cá dentro vamos muito rapidamente a caminhar nesse sentido, visto que o mercado e o retorno do trail já começa a existir para as provas e para as equipas. Vai ser bom para a modalidade ou vamos criar um maior nicho de super-atletas como acontece nas provas de estrada?
A partir do momento em que a profissionalização do Trail ou de qualquer modalidade avança, é sempre uma mais valia. Temos pessoas especializadas e 100% dedicadas em torno da modalidade. Acredito que deve haver uma simbiose entre organizações, atletas, clubes e Associações, para que cada um tenha a sua cota parte financeira para que o Trail cresça com saúde e sustentável. Ficaria desagradado se soubesse que alguém está no Trail apenas para ver “cifrões” sem ter respeito pelos atletas ou pela própria montanha.

 

Como estão os portugueses a sair-se nas provas internacionais?
Os portugueses têm honrado da melhor maneira as cores de Portugal. O "boom" do Trail, não é apenas nacional, mas também internacional, aumentando (e muito) a competitividade nas provas internacionais. Muitos atletas internacionais são profissionais ou semiprofissionais, tendo uma capacidade de preparação para o Trail muito boa. Em Portugal infelizmente os nossos melhores atletas não têm essa possibilidade. A falta de alta montanha também se torna um obstáculo para a preparação de provas internacionais que decorrem a grande altitude. A meu ver, é de louvar o espírito de sacrifício que os nossos atletas têm, uma vez que têm conseguido grandes feitos com tão pouco. Por vezes apenas podemos limitar-nos a imaginar o que conseguiriam se fossem mais apoiados...

 

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O que achas que nós "tugas" podemos almejar nas provas internacionais? Até onde podemos ir com a falta gritante de apoios e de alta montanha para treinar como os estrangeiros conseguem?
Defendo que  os investimentos sustentáveis têm grandes repercurções. Quero acreditar que um “efeito borboleta” em Portugal trará grandes vislumbres para o Trail português. Tem-se feito um grande trabalho de divulgação do Trail nacional e dos nossos atletas, os apoios começam a aparecer, as condições a melhorar, e a qualidade a subir substancialmente. Compete a todos nós não perder a motivação desse grande trabalho que tem sido feito pelo Armando Teixeira, o Carlos Sá, a ATRP, os meios de comunicação, etc, etc, etc... Os estrangeiros têm um longo passado e um enorme caminho percorrido no Trail. Deixemos que o nosso cresça também nos mesmos moldes, e talvez num futuro breve possamos melhorar as nossas condições de treino .

 

 

Treinar é semear!

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Por Filipe Gil:

Quero falar-vos de treino. Não de treino de corrida, mas de treino de "treino" – na rua ou em ginásio. Mas antes disso quero refletir convosco o porquê de puxar este assunto aqui para o blogue.

Se alguns de nós fizerem contas de cabeça, estamos a correr mais ou menos há cerca de 3 ou 4 anos com maior frequência (3 a 4 vezes por semana, ou mais).Alguns destes corredores têm a "sorte" de nunca se terem lesionados. Outros, com mais info que a maioria dos outros, sempre “treinaram” o tal treino e não fizeram apenas corrida. Mas a grande maioria, na qual me incluo, chega a este estágio, senão antes, com problemas em matéria de lesões, algumas até bem difíceis de tratar. E porquê?

 

A resposta é simples:  porque, a maioria de nós faltou aos treinos! Atenção que isto não é ciência exata, mas é certo que há cada vez mais gente a procurar serviços médicos por lesões devido à prática de corrida mais intensa.Então, afinal devemos ou não correr? A corrida é ou não um bom desporto para amadores? Somos feitos para correr ou isso é coisas dos nossos antepassados?

 

Como sabem as teorias são várias. Umas que dizem que não fomos feitos para correr, apenas para fugir aos predadores, aqui e acolá, outras teorias - com as quais concordo mais -  dizem que fomos criados para correr longas distâncias para caçar animais levando-os à exaustão. Isto porque somos dos poucos animais que arrefece com o súor e não com a respiração.

 

Mas voltando à corrida e à sua ligação com o treino "treino", nunca mais me esqueço de uma conversa (enquanto corria) que tive com um dos mais experientes ultra corredores portugueses. À minha pergunta: “Deve correr, todos os dias, não?!, Ele sorrindo indicou-me, para meu espanto, que não: “Correr, correr são duas vezes por semana. Um treino, ou prova, bem longo aos fins-de-semana e um treino de 10km a meio da semana. Nos restantes dias faço ginásio e reforço muscular”.


Confesso-vos que este diálogo mudou a minha maneira de ver a corrida. Mas, e há sempre a porcaria de um “mas”, decidi que essa seria a minha abordagem à corrida só após o Ultra dos 53kms do Piódão. Que não iria colocar ginásio na parte final da minha preparação.

E que estúpido que fui...

 

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Ora hoje em dia, já em fase de recuperação da lesão que me tem fustigado durante 7 meses, tenho dedicado algum tempo a treinar em ginásio, o que me permitiu manter o peso e estar minimamente tonificado. Se no início custou bastante, porque gosto mesmo é de correr, hoje em dia faz parte da minha rotina - sobretudo à hora de almoço. Aproveito os meus 60 minutos de pausa para fazer aulas e reforçar o core ou então treinar nas máquinas, sempre focado que é um treino para passar a ser melhor corredor. E, hoje em dia, até me divirto, apesar de não ser muito fã de ambiente de health clubs.

 

E aproveitando este meu regresso ao ginásio - tinha andado uns meses no Clube VII há cerca de 15 anos atrás - estou a experimentar uma das novas tendências do mercado das marcas de desporto: o training. Sim, o training é agora uma "categoria" diferente do running e se a maioria de vocês prestar alguma atenção em lojas especializadas, veem que o training, quer na opção de sapatilhas, quer na opção de têxtil, evoluiu muito e está à parte do running (ou corrida, se preferirem).

 

E podem e devem perguntar: "Mas não é o mesmo tipo de material e a mesma coisa que o equipamento que precisamos para correr"?. Sinceramente ainda não sei. E é para ter uma resposta concreta a essa pergunta que eu, em conjunto com o João Gonçalves, estamos a testar os novos Puma Ignite XT - que vos mostro nas fotos deste post. Estamos a treinar com eles e depois, daqui a umas semanas iremos indicar se sim ou não. Aquilo que sabemos é que servem para correr, mas pouco - uns 5 quilómetros. E que são  sobretudo, para exercícios de ginásio, para o apoio nos saltos que damos ou no apoio quando fazemos levantamento de pesos. 

 

Para mim, material novo e específico é uma "motivação" extra nas idas ao ginásio. Hoje em dia, acho essencial o ginásio (ou treinos de rua), para que a minha vida de corredor seja mais longa, para que as lesões - para a maioria de nós, inevitáveis - não sejam tão frequentes. O meu futuro na corrida irá passar por incluir sempre dois treinos de reforço muscular por semana. Sempre com a ideia de que me vou tornar melhor corredor. Confesso que ainda estou em fase da habituação mas sei que estou a semear agora para ir mais tarde colher na estrada ou nos trilhos.

 

E vocês, misturam o treino "treino" com a corrida?

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