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Correr na Cidade

O treino dos homens de barba rija!

Por Filipe Gil

 

Como já devem ter percebido por aqui, ou nas redes sociais onde o Correr na Cidade está presente, amanhã realiza-se um treino de trail running só para homens e apenas por convite. O conceito não é ser um treino secreto para os participantes, mas sim o de ser segredo para os que não participam. Assim mesmo. Ninguém, excepto quem vai estar presente, os convidados e aqueles que tiveram coragem de se candidatarem  aos poucos lugares disponíveis, é que sabem em que local de Monsanto, a que horas e a duração do percurso. E só alguns sabem exatamente por onde vamos andar.

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O treino chama-se "THE PACK", a matilha, e reune homens de várias crews, de vários grupos de corrida e que partilham do mesmo espírito e paixão pelos trilhos. É exclusivo, sim! Não gostamos de treinos massificados, gostamos de coisas únicas e de qualidade. É um clube de homens, não de meninos. De homens a sério que vão fazer um treino a sério.


E porque gostamos de algumas coisas exclusivas, convidámos algumas marcas, poucas, que têm o mesmo espírito que o nosso treino. E que passamos a apresentar - estando certo que para muitos de vós é a primeira vez que ouvem falar delas. 

 

É o caso da Sant'Ana LX Brewery:

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É a cerveja artesanal de Lisboa, segundo um dos seus criadores, Gonçalo Sant'Ana, que também é responsável pela Oficina da Cerveja, onde são dados cursos sobre como fazer cerveja em nossas casas. A cerveja artesanal, ou em inglês craft beer, é uma grande tendência em vários cidades da Europa, como Madrid, e nos Estados Unidos, como Denver, no Colorado - este local deve dizer algo aos que seguem o fenónemo do trail e ultra running.

 

O culto da cerveja é transversal. Segundo Gonçalo tem clientes que vão do homens das obras a ministros. Quisemos convidar a Sant'Ana LX para estar presente e falar-nos um pouco o que é isto da cerveja artesanal e dar-nos a provar esta craft beer.

 

O THE PACK irá também ter o apoio da marca Barba Brada

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Se há uns anos era moda a barba de três dias há cerca de dois a barba farta impôs-se. Usa-se para todos os gostos, desde que seja uma barba que se veja. Nada de timidez. Como alguns sabem os metrosexuais deram lugar aos lumbersexuais. E aqueles que estão mais atentos às questões de estéticas sabem que a maoiria dos trail runners gosta de usar a sua barba composta. Aliás, se olharem para o nosso logótipo veem um homem de barba composta. Inclusivé, para este treino lançamos o desafio de deixar a barba crescer para todos os dias nos lembrarmos do treino deste dia 12 de março. Com essa tendência das barbas surgiram uma série de marcas para tratar da barba. Produtos que ajudam a manter um aspecto limpo, digno e muito fashion com as nossas barbas de lenhadores, com é o caso dos elíxires da Barba Brada

E vamos ainda ter o apoio das barras de dieta Paleo da Primal Kitchen:

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Já ouviram falar da dieta Paleo, certo? Dieta com base naquilo que o homem comia antes de existir agricultura, antes da comida processada e industrializada, na altura do Paleolítico?. É uma das dietas mais em voga na atualidade. E não são poucos os ultra runners a optarem por este tipo de dieta. Há pouca oferta no mercado português para corredores, mas a The Primal Kitchen é uma delas. E no treino THE PACK vai contar com o apoio desta marca e os homens barbudos vão provar aquilo que os seus antepassados comiam!!!

 

São três marcas menos conhecidas do grande público que vão fazer as delicias dos convidados do treino THE PACK. 

Crónica IX - Um puto a correr entre os duros

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Por Filipe Gil:

 

Na minha preparação para o Ultra do Piódão sempre me senti como o "puto" que vai tentar ser como os "grandes". Porque já aqui afirmei que tanto a nível profissional como pessoal os últimos meses têm sido muito exigentes, o que me tira tempo para treinar. Mas não disposição.

Por isso, sei de princípio que enquanto os meus companheiro de crew treinam, e bem, várias vezes por semana, eu não o consigo fazer. E acreditem que não estou a ser preguiçoso. Claro que podia acordar às 5 da manhã e depois ir treinar uma horas, mas saberia que iria estar a roubar essa preciosas horas de sono o que me iria prejudicar em todos os campos. Se calhar falta-me algum espírito de sacrífico, talvez... 

 

Mas não estejam já a pensar que estou já a desculpar-me para ter alibis no caso das coisas correrem mal no Piódão, ou estar aqui a armar-me em vítima. Antes pelo contário, o nível de exigência que estou a meter neste desafio é dos maiores que já coloquei em qualquer coisa na minha vida. Só não dou mais porque não posso. Embora não esteja a ser perfeito na minha preparação.

 

E claro, há algo que não me deixa o pensamento: porque não descobri o trail running mais cedo. Com quase 41 anos de idade às vezes senti-me num estádio tardio para entrar nestas brincadeiras. Enfim....

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No passado sábado, o puto (eu) foi treinar com os "grandes". E foi bom, muito bom. Foram quase 30 kms com desnível positivo de 1300 metros (ou seja, para quem não sabe, subimos, no conjunto de todas as subidas, cerca de 1300 metros). Este treino, que apelidámos de "Treino dos Duros"  resultou numa aventura de quase cinco horas - com algumas pausas pelo meio.

 

Em primeiro lugar, há que agradecer àqueles que em vez de irem treinar a sério, quebraram os seus ciclos e vieram juntar-se a quem se está a preparar para o seu primeiro ultra. O esforço que dedicaram neste sábado a ajudar-me, a aconselhar-me é precioso. É neles também que irei pensar quando as coisas no Ultra do Piódão começarem a apertar. E está quase, faltam 16 dias....

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O treino foi bom por diversas razões:

A parte psicológica: esteve bem, muito bem mesmo. Estive sempre a comparar o que estava a fazer com o que irei fazer no Piódão. Não fossem compromissos pessoais muito importantes e estaria apto a correr mais outras tantas horas como aquelas que fizemos das 8h15  até perto das 13h. A mente queria mais. Fiquei contente. 

 

A parte fisíca: Aqui foi o que correu menos bem. Perto do final do quilómetro 28 comecei a ter dores fortes no lado de fora do joelho, sempre que descia. Cada passada a descer era um sacríficio. Daqueles verdadeiros. Algo que já me tinha acontecido no km 32 no Louzan Trail,o ano passado. Mas quando subia ou corria em terreno plano era como se nada tivesse no corpo.
Na segunda-feira passada fui treinar novamente e quando me meti em subidas, doeu. Deixou de doer a descer, passou a doer a subir. Por isso mesmo, já marquei consulta com a Dr.ª Sara Dias para me ajudar com este joelho. Pelo sim, pelo não, vou levar anti-inflamatórios para o que acontecer no Piódão. Já tenho mais esta preocupação. De resto, fisicamente, tudo bem. Nada de cansaço nas pernas, nada de fascites. Tudo impecável.

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Equipamentos: Estão escolhidas sapatilhas que me vão acompanhar na minha Ultra. São os Puma, claro, mas a v2 dos Faas 500 TR. Num modelo que em termos de design me satisfaz muito. A diferença para este e para o modelo anterior é minima e cinge-se ao upper do sapato. A sola está quase na mesma, e ainda bem que uma sola daqueles é um garante para muitos terrenos, para além de ser cómoda. De resto, os meus amigos "Ultras" dizem-me que estava demasiado vestido, mas tenho algum receio de apanhar frio, por isso irei levar uma tshirt térmica interior. A única dúvida que persiste é se levo meias altas (está fora de hipótese levar de compressão) ou se levo meias curtas. Não quero ir overdressed

 

Nutrição & Hidratação: Este foi outro dos campos onde dou graças que este treino tenho decorrido. Talvez porque estava muito calor e porque andamos por locais inóspitos, às tantas vi-me sem líquidos.Nada de isotónico, nada de água, nada. Levo sempre dois bidões de 500 ml comigo, mas nesse dia não foi suficiente. O que vale é que pude beber água que outros ainda tinham, mas fez-me muita confusão não ter líquido.

 

Quando finalmente pude restabelecer os líquidos, senti-me como novo. Claro que há a hipotese de levar água na mochila, mas é algo que vou tentar não o fazer. Detesto sentir a água nas costas. Prefiro levar uma soft flask e encher num ponto de abastecimento se vir que a temperatura no Piódão estiver elevada.

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E, apesar de já o termos colocamos na nossa página de facebook, mas voltamos a publicar aqui um pequeno vídeo do treino de sábado, nas poucas alturas em que tivemos parados e a descansar. Ora vejam:

 

De resto, sinto que está quase. Ainda vou ter duas semanas que vou apertar uma pouco com o nível dos treinos e depois é descontrair até ao grande dia. Os nervos começam a invadir o meu pensamento. Estou confiante que consigo e só mesmo algum imprevisto estupido me irá deixar de realizar um das alíneas da minha bucket list.

 

E vocês, também querem fazer um Ultra alguma vez?