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Correr na Cidade

Chi Running? Diga lá outra vez…

Entrevista por Pedro Tomás Luiz:

 

Chi Running, já ouviram falar? O Pedro Tomás Luiz falou com David Storch um dos incentivadores deste tipo de técnica de corrida que ajuda os corredores de muitas formas, sobretudo a prevenir lesões e, diz o especialista a “prolongar a vida  útil neste desporto”.  Saiba tudo na entrevista que aqui publicamos:

 

Quem é David Storch?

Tenho uma vida académica normal. Com cursos de Engenharia Electrónica e Administração de Empresas, trabalho no meu dia a dia nesta área.Sempre pratiquei desporto e comecei a correr a finais de 2007 depois de partir um braço e não ter outra alternativa para  manter a forma. Não levou muito tempo para tomar gosto e, passado de um  ano (Outubro 2008), corri a primeira maratona.Nunca mais parei de correr e já completei mais de 20 maratonas (hoje 24 completas), incluindo Boston, Nova Iorque, Londres e Berlim.Em 2010, à procura de melhores resultados e acabar com as lesões,  descobri a técnica Chi Running. Qual não foi minha surpresa após  uma completa mudança na técnica de corrida, que encontrei muito mais do  que simplesmente a melhora de resultados.A última lesão data de 2010, momento a partir do qual passei tempo ininterrupto a fazer que mais gosto: correr.Graças a correr com técnica, corro sem muito esforço e retiro disso o máximo de prazer. Passei de não conseguir andar correctamente vários dias após cada maratona a finalizá-las e realizar treinos de recuperação no dia seguinte. Hoje consigo correr as maratonas e conhecer a cidade no resto do Domingo. Tudo isto com uma melhora dos tempos pessoais. Esta técnica ajudou-me a minimizar o impacto sobre os músculos, tendões e articulações, o que não só reduz riscos de lesões, como prolonga a vida  útil deste desporto. Terei a possibilidade de  correr até idades muito avançadas.Para aperfeiçoar a técnica e principalmente para poder dar a oportunidade de usar técnica para correr a outras pessoas, decidi certificar-me como instrutor. Agora certificado, estou preparado para ajudar os outros a correr com boa  técnica, reduzindo ou eliminando riscos de lesionar-se, melhorando a  eficiência e tirando o máximo de prazer da corrida, independente de quais sejam seus objectivos (simplesmente correr melhor, correr sem dor, manter a forma ou melhorar resultados).

 

O que é o Chi Running?

Chi Running é uma técnica de corrida (hoje já sendo a técnica mais ensinada a nível mundial) que está iniciar sua difusão na Europa do sul, já tendo grande adesão em países como Estados Unidos, Holanda e Reino Unido. Tem como objectivo atingir um alto nível de eficiência evitando lesões. Para isso, baseia-se no baixo impacto, utilização correcta e eficiente do corpo através da postura e do relaxamento. Através de uma melhor postura, permite que sejam os grandes músculos de todo o corpo a movimentar-se reduzindo o impacto e esforço nos músculos das pernas. O Chi Running propõe o relaxamento dos músculos menores do corpo e a utilização da força do núcleo forte para locomoção, colaborando com as forças que agem sobre o nosso corpo durante a corrida. Esta técnica baseia-se nos seguintes princípios: relaxamento; correcção de postura e alinhamento; pisada com o ante pé (meio do pé);uso de inclinação corporal assistida pela força da gravidade; envolvimento da força central do corpo para propulsão.Desde 1999, Chi Running tem ajudado milhares de corredores a mudar a sua técnica de corrida, reduzindo, prevenindo e curando lesões. Corredores de todas as idades e níveis têm melhorado sua eficiência e performance e agora vêm a corrida como um desporto mais fácil, com prazer e sem dor.

 

Como descobriu este "método"?

Alguns meses antes de correr a maratona de Boston, fui apresentado a outro corredor também classificado para a mesma. Com uma conversa interessante, deixou-me saber que era instrutor e fiquei curioso para conhecer a técnica. Afinal, foi nesse instante que me apercebi que corria muito, mas sem técnica. Apesar de todos os benefícios que a mesma traz, como correr sem lesões, ter baixo impacto nos joelhos e tornozelos, poder ter mais prazer ao correr, acabar uma maratona e sentir-se preparado para andar o quanto desejar e até treinar no dia seguinte se quiser (coisa impossível anteriormente), o que realmente me chamou a atenção foram os tempos. Ele corria maratonas ao nível de 3h35m aos 40 anos e, aos 50 anos, estava a correr abaixo das 3 horas. Sem dúvida fiquei interessado devido à melhora de tempos, mas acabei por conhecer os outros benefícios e o quanto eles significam, não só para um corredor como eu, mas para qualquer pessoa que simplesmente deseje utilizar a corrida para atingir qualquer objectivo, desde perda de peso, ter um hobby ou desfrutar de ultra maratonas.

 

De onde derivam as suas origens? 

Chi Running está baseado nos princípios de movimento do Tai Chi, usamos a força central do corpo (Core) e aproveitamos a força da gravidade para movimentar o nosso corpo (inclinando um pouco para a frente) para nos movermos com menos esforço.De facto, o que aproxima a arte marcial do Chi Running é o facto de ambas procurarem eficiência e ambas cooperarem com as forças da natureza, em vez de agirem contra elas. Um exemplo disso é fazer com o que a força do atrito da rua ajude e faça o movimento da corrida mais eficiente, em vez de ser um freio para o mesmo a cada passada.

 

David Storch
 

Conte-nos um caso de sucesso com este método?

Poderia citar milhares de casos (que podem ser consultados através de uma consulta à internet por Chi Running), mas para ser mais preciso vou citar o mais recente caso que chega a impressionar. Fui procurado por uma modelo brasileira a trabalhar em Munique, a qual afirmava que precisa da corrida para manter a forma física para o seu trabalho, que gostava de correr e que tinha um problema no joelho. A cada vez que tentava correr, sentia dores e consultas posteriores aos médicos confirmavam que isso devia-se ao facto de ter corrido. Desconfiada de que poderia ter alguma solução, ela me procurou e verificamos que as dores dela se deviam não ao facto de correr, mas ao facto de como corria. Com um joelho sensível, o correr sem técnica fazia com que o joelho tivesse um stress e um impacto acima do normal. Após algumas sessões de aprendizado, adquiriu a técnica e hoje corre normalmente entre 6 e 10 quilómetros diários sem sentir o joelho.

 

Existe a percepção de que cada vez mais corredores se lesionam/ correm lesionados, na sua opinião a que se deve este facto?

Acredito que isto não é percepção, mas realidade. O correr tem sido uma actividade em crescimento, que explodiu em muitos países na segunda metade dos 80 e tem vindo a aumentar. Infelizmente a informação não tem acompanhado este crescimento acelerado da actividade e a crença de que correr é algo que todos sabem, basta andar rápido, tem feito com que se pratique este desporto sem dar importância à forma como se faz.Poucas pessoas que correm sabem que existem técnicas para fazê-lo correctamente e o mais triste é que pouquíssimas aplicam técnica à sua corrida. As lesões são inevitáveis. A maioria das lesões criadas na corrida são facilmente evitadas pelo simples uso de técnica.Há outros motivos que podem causar lesões, como o desconhecimento de como seleccionar o calçado certo, o alongamento adequado da musculatura e mais, mas não vou alongar  este texto já que poderíamos ficar aqui muito tempo a citar causas.

 

Que conselho quer dar aos leitores sobre como correr melhor.

O primeiro conselho é que correr é um aprendizado que leva seu tempo. Paciência é uma das chaves para que se chegue aos resultados esperados. Por isso, o crescimento de distâncias e velocidades deve ser feito de forma gradual e lenta. Não inicie com corridas de 10km e pule para longas de 25km na semana seguinte. Tenha um plano.Finalmente, aconselho a que tenha prazer a cada treinamento. Adapte-o para que lhe proporcione prazer. Os resultados vêm com o tempo.

1ª Impressão: Asics Gel Super J33

 

Por Filipe Gil:

 

Foi a medo, melhor, foi com muito receio que calcei pela primeira vez os Asics Gel Super J 33. Porquê? Porque desde a minha lesão que nunca mais tinha usados sapatilhas de corrida tão "naturais" e minimalistas. Apesar de ter lido que este modelo é para pronadores, não fiquei descansado. Contudo, a Asics indica que estes Super J 33 são os primeiros ténis para pronadores que querem ter um tipo de corrida mais natural. 

 

Ainda em casa e quando os calcei pela primeira vez não gostei muito da sensação, pouco confortáveis, pareceram. E tive uma reação "Pavloviana", cada vez que calço algo minimalista parece que fico logo com dores na planta do pé. A mente é uma coisa estranha.

 

Mas enchi-me de coragem e  lá fui eu correr pela primeira vez com este modelo. Escolhi um treino junto ao rio Tejo, sem grandes alterações de piso e com belas "pistas" de alcatrão para experimetar estes modelos a que ninguém, estéticamente falando, fica indiferente. 

 

Os primeiros dois a três quilómetros não foram fáceis. Achei que o pé estava demasiado “natural” e muito minimalista, se preferirem, recordei outros modelos que usei em tempos, e de que tanto gostei.

 

À medida que mais fui correndo com eles mais fui notando leveza, conforto e...estabilidade.

 

Parei a meio da primeira corrida – algo que detesto fazer – e analisei a sola e percebi como a parte da estabilidade, da parte interna da sapatilha é bem diferente da parte exterior da sola, é uma tecnologia da marca nipónica chama de FluidAxis.

 

A partir do 7Km deixei de pensar em calçado e voltei a concentrar-me na minha corrida e na respiração - adoro quando isso acontece. No final da corrida de cerca de 10K fiz os meus alongamentos e não tive dores. Acho que encontrei os ténis perfeitos para treinos ou corridas mais curtas. Os próximos treinos dirão se estes são o modelo acertado para pronadores (não muito pesados) fazerem provas mais rápidas. Em breve publicaremos a review final. Fiquem atentos. Boas corridas.