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Correr na Cidade

A caminho da Maratona de Londres

 

 

E vamos a Londres correr a Maratona!! Ou melhor, um de nós vai à capital inglesa fazer os míticos 42.195 metros, mais concretamente o Pedro Tomás Luiz que, pela primeira vez vai correr em Londres. E como começou esta aventura? Da forma mais simples.

 

A empresa especializada em viagens para corredores que recentemente chegou a Portugal, a Endeavor Travel, fez-nos o convite para irmos "viver" na íntegra a experiência de correr numa das melhores maratonas do mundo através dos seus serviços. (Recentemente entrevistámos o dono da empresa, o nova iorquino Glenn Martin, aquando da Meia Maratona de Lisboa e da sua presença na Sport Expo, podem ler aqui e saber mais sobre a Endeavor)

 

E assim, a partir desta quinta-feira o Pedro vai partilhar aqui no blog a sua experiência. Das expetativas às dúvidas, da viagem ao hotel, da organização quer da prova, quer da viagem da Endeavor, à prova. E, claro, na segunda ou terça feira teremos o race report da Maratona de Londres.

 

Sigam (e partilhem) a experiência do Pedro em terras de Sua Majestade.

 

 

O fim da minha “primeira loucura”


Por Stefan Pequito:

 

No dia 5 de Abril realizou-se a última etapa da prova do Circuito Centro Território Sertã organizada pelo Horizontes Portugal, organizadores da famosa prova OMD (Oh Meus Deus). Foi uma aventura fantástica de quatro provas em quatro meses, onde conheci o interior do país de uma maneira única: a correr pelo meio das matas, aldeias , ribeiros e trilhos.

 

Como alguns leitores sabem, comecei mal estas etapas devido a uma lesão no tendão de Aquiles~. O que me fez treinar muito pouco acabando por influenciar e não conseguir grandes resultados nas duas primeiras provas.

 

Mas com a ajuda de dois amigos, o osteopata Dr.Ruben e omassagista desportivo Miguel Santos - amigo de longa data   -  elá consegui recuperar a pouco a pouco. Mudei o meu estilo de treino para evitar outras lesões e alterei também a minha alimentação. Aderi às meias compressoras da “Compressport”  que fazem diferença, pelo menos para mim, Para além disso ainda adotei uns novos amigos: os “espetos”, como o meu amigo Lino Luz diz.

 

 

Em Vila de Rei aprendi a controlar o ritmo e foi o que fiz também nesta prova da Sertã. No início ainda fui atrás do Lino Luz mas não quis arriscar muito e abrandei mantendo o ritmo, e posso dizer que isso me valeu bastante. Foi uma prova rápida, sem dúvida, já que não tinha muito acumulado (perto dos 1400+ e 1400- pelo meu relógio). Para compensar tinha alguns trilhos bem técnicos e escorregadios sobretudo por causa das chuvas - a prova teve muitos cursos de agua e bastante lama para sujar as sapatilhas...mas trail não é trail sem lama e sem água.

 

Acrescento ainda o apoio das gentes nas aldeias e os bons abastecimentos da prova (que já e o comum nesta organização)  - pelo menos foi o que vi e ouvi, umas vez que não parei em nenhum, a não ser na última estação para beber um pouco de cola.

 

No final foi bom ser recebido pelos organizadores em festa e saber pelo meu amigo Lino (que ficou em 4ºlugar) que acabei em 7º lugar,  a minha melhor classificação de sempre num tempo de 5 horas e 21 minutos perto dos 49k.

Foi um experiencia fantástica onde aprendi a treinar melhor, a competir melhor, onde arranjei muitos amigos "loucos" pela natureza e trail running, tal como eu - ou mais ainda.

Parabéns aos três campeões da prova: o Luís Mota em 1º lugar, claro, o Rui Luz (Irmão do Lino) em 2º lugar, e o Jorge Bento em 3º lugar. E claro, também para as campeãs  Ana Lucia 1º lugar, Carla André 2ºlugar e Aida Freitas em 3º lugar nas ultras. Nos 25k os campeões foram Antonio Silvinho em 1º,Carlos Correia 2º, Nuno rocha 3º as meninas foram Anabela Duque 1º , Claudia Silva 2º,Marisa Lemos 3º.

 

 

Obrigado a organização dos Horizontes por esta bela prova e de me receberem sempre de braços abertos. Adorei esta aventura e há uma coisa que não tenho dúvida: para o ano quero mais!

 

Consulte aqui a classificação geral.

 



Treino aberto esta quinta. Corram connosco : )

E como estamos na segunda semana do mês, esta quinta-feira, dia 10, é dia de treino aberto do Correr Na Cidade. Estão todos convidados a aparecer pelas 20h15 na Estação Fluvial de Belém, para uma corrida de 8 a 9 K ali memo pela zona ribeirinha. E não há que ter medo, pois existirão vários ritmos, para os mais lentos e para os mais rápidos. Ou seja, é o treino ideial para juntar corredores novatos e corredores experientes.  Os membros da running crew irão acompanhar os vários grupos, porque nestes treinos ninguém fica para trás. Estamos à vossa espera. Até quinta.

 

8 conselhos para quem vai correr uma maratona no estrangeiro

 

 

Algumas das mais importantes Maratonas europeias estão prestes a realizar-se. Este fim-de-semana foi a de Paris, no próximo será a de Londres, por exemplo. Mas como deve o correr planear a viagem para um país estrangeiro tendo em conta o seu objetivo principal: que tudo corra bem na sua maratona?

 

 

Falamos com Glenn Martin, responsável da Endeavor Travel, especialista em viagens para corredores  (e que recentemente entrevistámos aqui) que nos deu 8 úteis conselhos para quem for viajar para o estrangeiro para fazer a mítica prova dos 42K e mais uns metros.

 

  1. Escolha um hotel perto da meta. Depois de correr 42Km a última coisa que vai querer fazer é subir e descer escadas de uma estação de metro, por exemplo, a caminho de um hotel do outro lado da cidade. Em provas em que a meta é fora do centro turístico é preferível que a estadia seja no centro e que tenha planos de transporte para o levar de volta ao hotel. Afinal, para além de correr também vai fazer turismo e o centro das cidades é sempre muito mais interessante. Em algumas maratonas, nestes casos, a organização faculta transportes para o centro.
  2. Datas da viagem. Normalmente aconselhamentos a viajar para o destino dois dias antes da Maratona, a não ser que viaje para um país vizinho do seu onde existem muitos voos por dia. Viajar no dia anterior à prova não deixa muita margem para inconvenientes que possam surgir, tais como esquecer o documento de identificação, ou ver o seu voo for cancelado ou adiado. Por isso aconselhamos a jogar pela seguro , especialmente em viagens mais longas. O dia extra dá a possibilidade, também, de lidar com eventuais questões de jet lag. Por outro lado, não convém ir muitos dias antes da prova, sobretudo se o destino for interessante, uma vez que não vai resistir a andar para conhecer a cidade/local e vai cansar as pernas para o dia da prova.
  3. Oriente-se na cidade onde vai correr. Veja o mapa da cidade, leia um pouco sobre o destino, e leia todo o material que conseguir sobre a prova, normalmente disponibilizada pela organização da mesma. Quanto menos estranho lhe for o destino menos stress lhe vai causar.
  4. Faça cópias dos documentos mais importantes com uma semana de antecedência, e junte-os todos: a confirmação da reserva do hotel, da inscrição na prova, etc. A pior coisa é andar a organizar a sua viagem um ou dois dias antes da partida. Faça as malas uns dias antes e reveja tudo antes de viajar.
  5. Não coloque o seu material de corrida numa mala que vá no porão do avião. Deve manter o seu equipamento junto de si. Imagine que, por algum acaso, perde o seu equipamento para a corrida (ou é extraviado com o resto das suas malas), não será divertido andar a tentar substituir o seu equipamento, roupa e ténis à última da hora. E mesmo que o consiga fazer, não é de todo aconselhável fazer uma maratona com equipamento a estrear, especialmente no que toca a sapatilhas.
  6. Faça uma pequena corrida na manhã seguinte à sua chegada. É bom para se habituar ao novo ambiente: aos níveis de humidade, às ruas, aos sons, ao ar, etc. Pode parecer estranho, mas isto ajuda o corredor a sentir-se melhor no novo local, quer fisiologicamente quer psicologicamente. No entanto, essa corrida deve ser curta, no máximo de 40 minutos.
  7. Leve alguns primeiros-socorros consigo. O Gleen como osteopata e massagista desportivo nunca viaja sem levar alguns medicamentos  (pomadas, óleos, etc) para eventuais lesões ou dores que possam surgir nas véspera ou mesmo no dia da prova. Segundo o que o Glenn nos contou, o próprio já teve que ajudar a tratar atletas em vésperas de prova ou menos na linha da partida. “Graças ao meu óleo de massagem Traumeel, muitos dos meus clientes conseguiram completar a prova sem problemas de maior”, explica.
  8. Relaxem e divirtam-se. Muitos corredores vão para uma prova no estrangeiro com o objetivo de bater recordes pessoais. Em locais com Berlim, Valência, Chicago com o treino certo é possível e é uma expetativa razoável. Mas não se esqueça que viajou para bater esse recorde, talvez deva acordar mais cedo uns dias antes, talvez exista uma diferença horária, a comida será, certamente, diferente, e a sua rotina também. Estes são fatores que afetam quer o corpo quer a mente. Tente dar o seu melhor mas não transforme o seu objetivo numa obsessão. A sua viagem também deve valer pela experiência de correr num ambiente diferente, ou participar em corridas com grande reputação. Um foco demasiado no seu recorde pessoal pode arruinar a experiência de correr num país estrangeiro.

 

Glenn Martin, responsável pela Endeavor Travel

O meu primeiro Trail na primeira Crew Road Trip

Por Nuno Malcata:

Depois da estreia na Maratona em Sevilha no passado dia 23 de Fevereiro, agendei a estreia em Trail para o Piodão. Embora já tivesse visitado esta bonita aldeia histórica, o entusiasmo de me estrear nos trilhos desta zona foi enorme. Foi também uma optima oportunidade de fazer uma "Crew Road Trip" e dos elementos do Correr na Cidade se conhecerem ainda melhor e conviver das melhores formas que existem, a correr e à mesa.

 

Neste pouco mais de um mês entre provas, pouco me preparei para a estreia em Trail. Depois da Maratona e das dores no joelho foi necessário parar, descansar, iniciar tratamento e fazer recuperação. Começei a fazer treinos leves e variados, reforço muscular, voltar a nadar, andar de bicicleta e correr apenas uma vez por semana de forma muito ligeira.  Na semana anterior ao Trail e com uns ténis de Trail emprestados por um amigo fiz dois treinos na mata do Jamor, de 30 e 45 minutos que deram o OK para a estreia no trilhos.

 

Iniciamos a "Crew Road Trip" na sexta-feira com jantarada de pizza na Malveira, para acumular hidratos com fartura para o esforço do dia seguinte. Pernoitamos n’A Casa Amarela em Pinheiro de Coja, uma casa de turismo de habituação de um simpatico casal Belga, que tão bem nos receberam.

Arrancamos no sábado bem cedo para o Inatel do Piodão para levantar dorsais e fazer os preparativos para iniciar as respetivas provas. Lá encontramos alguns amigos entre os participantes, o ambiente era fantástico.

 

 

 


Da Crew no Ultra Trail de 50Km participaram o Pedro Luiz, o Tiago Portugal e a Carmo Moser que arrancaram para a sua prova pouco passava das 9h.

 

Para o Trail, de 21Km fomos alertados que a prova teria um pouco mais de distância, cerca de 2Km. A minha expetativa de iniciar a prova era muito grande, sendo a estreia o nervosismo era algum mas o espirito era de me divertir e disfrutar o mais possível, sem qualquer expetativas relativamente a performance ou tempo para fazer a prova. 

Por volta das 09h15m, eu e a Bo Irik, a minha companheira de Crew na prova, entramos na zona de controlo, tendo deixado a minha mulher Joana que iria participar na caminhada de 15Km.

 

Iniciada a prova pouco depois das 09h30m, os primeiros kms foram feitos entre as ruas do Piódão e alguns trilhos muito bonitos e até a mais uma aldeia de Xisto onde se iniciou a primeira grande subida da prova.

 

Entre o km 5 e o km 10 foi sempre a subir a passo, 600m de desnível ultrapassados em óptima conversa com a Bo, apesar de a subida ser longa e dura a conversa fez a subida passar num instante. Chegados ao topo fomos surpreendidos com uma vista fenomenal e trilho para voltar a correr.
 


A Bo, já mais habituada aos trilhos parecia uma gazela à solta e em poucos metros distanciava-se com facilidade.

 

Após 2km em que consegui correr um pouco, à medida que começámos a descer começaram as minhas dificuldades com as descidas. O terreno tinha bastante pedra, começei a ficar trapalhão, caí, fiz pequenas entorses e começei a fazer muita força a travar nas descidas. Por falta de experiencia e medo de descer forçei muito as pernas e ao km 14 começei a ter espasmos musculares e inícios de câibras. Hidratei, comi e fui controlando a descida até ao abastecimento no Km 16, onde a Bo, que desceu com toda a facilidade, me esperava.

 

Após alguma desmoralização na descida, compensada com os locais fantásticos que ia atravessando, a chegada ao abastecimento foi um encher de ânimo brutal. A simpatia da equipa da organização, o bom abastecimento líquido e sólido e a boa disposição de todos fez com que as reservas de energia ficassem em óptimo nível.

 

Fomos alertados que o próximo abastecimento estava no Km 19, mas até lá a subida era grande. E era mesmo! À saída do abastecimento entrámos num trilho ingreme e passinho a passinho fomos subindo os cerca de 500m de desnível até ao marco geodésico onde se encontrava novo abastecimento. Foi uma subida muito dura, com paragem a meio para abastecimento próprio, dado que os espasmos musculares nas pernas continuavam.

 

 

  

No abastecimento do Km 19 nova equipa da organização cheia de boa disposição, que quase nos obrigou a ir embora ao fim de 15m, tão bem que lá estávamos entre boa conversa, fotos e abastecimento.

 

 

No inicio da descida despedi-me da Bo, sabia que iria demorar muito na descida, e ela estava fresca e à vontade a descer. 

 

 

Fiz a descida também a passo, cada vez que tentava correr em locais mais planos as pernas queriam ceder às câibras. A descida custou-me tanto que demorei quase 20m a fazer o Km 20.

 

Terminada a descida, entramos na estrada de alcatrão, e durante algumas centenas de metros forçei o ritmo e as pernas soltaram um pouco, mas a surpresa da prova estava guardada para os 2 kms finais.

 

Na fase final saímos da estrada numa nova entrada em trilho para descer até à aldeia do Piodão, terminando com uma subida final entre a aldeia do Piodão e o Inatel, que acabou com o pouco de reserva de energia que tinha.

 

 

Cheguei à meta exausto, entrei no Inatel, procurei a Joana, que tinha já terminado a sua caminhada, e a Bo e aterrei num sofá. Só dizia “Isto não é para mim”.

 

Tentei alongar, não conseguia. Se tentava alongar um sitio tinha início de câibra em outro. Vi o letreiro das massagens e fui, precisava de ajuda para melhorar do estado caótico em que estava. A massagem foi milagrosa e permitiu voltar a ter um andar minimamente normal. Agradeço à equipa das massagens pelo seu fantástico trabalho.

 

Após a massagem, duche geladinho - único ponto a melhorar numa organização fantástica a todos os niveis- foi hora de repor energia com uma sopinha, uma optima broa de batata e batatinhas com sal, soube tudo pela vida.

 

Enquanto comia começei a pensar no que tinha vivido nas 4h30m de prova. Demorei tanto tempo a fazer os 22Km do Trail como a fazer os 42km da Maratona, custou-me o dobro, sofri muito mais física e mentalmente, embora tenham sido tudo problemas musculares e nem senti sombra da lesão no joelho que me assombrou a Maratona. Mas após tudo isto, dei comigo a pensar, “quero voltar a fazer isto”, “quero aprender a descer melhor”, “quero melhorar, evoluir”. E sobretudo quero voltar a viver o espirito que se vive numa prova assim e passar em sítios quase mágicos como os que passámos durante a prova.

 

Após o descanso e reflexão, eu, a Bo e a Joana fomos receber os nossos Ultras da Crew, partilhamos com eles os últimos metros das suas provas, em momentos fantásticos que nos tornam cada vez mais unidos, foi simplesmente brutal.

 

Com todos os elemento da Crew reunidos, foi tempo de tirar a foto de grupo no pódio, afinal fomos todos vencedores.

 

 

Para terminar um dia tão memorável, regressamos ao Pinheiro de Coja onde nos deliciamos com uma das melhores chanfanas que comi na vida, levada pelo nosso Ultra Pedro Luiz (na foto em baixo com David Cardinho, diretor desportivo do INATEL), numa refeição cheia de partilha de experiencias e momentos de cada um na prova.

 

 

 

"Prova dura, localização e paisagem fantásticas"


Por Tiago Portugal:

 

Depois do Trail dos  Abutres, em janeiro, prometi que tão depressa não me metia noutro trail longo. Os 47km percorridos no início do ano ainda me moem as pernas. No entanto, correr nos trilhos é cada vez mais contagiante e desafiador. Quantos mais quilómetros corro mais longe quero ir. Foi por isso que sem refletir muito acedi ao convite de ir participar com alguns elementos da minha Crew nos 50Km do II Trail do Piódão.

 

Fui sem grandes expectativas em relação à prova, o importante era a viagem, o convívio e o estreitar de laços entre todos.

Preparei-me mentalmente para passar cerca de 10h a correr/andar e mais uma vez, falha minha, desprezei um pouco a alimentação e hidratação na prova, paguei caro por isso.

 

Às 08h50m, com muito frio, lá estávamos, eu e o Pedro Luiz, preparados para começar, sempre apoiados pela Joana, Bo e Nuno Malcata que efusivamente nos desejavam uma boa corrida. Às 09h03m, a prova atrasou-se por causa do drone, lá soou a buzina e demos todos, cerca de 150 participantes, os primeiros passos dos milhares que se seguiriam. Como sempre comecei a prova ansioso mas feliz, a natureza tem este efeito. Ao fim de uns minutos parámos todos numa zona de singletrack e lá ao longe a correr que nem uma gazela já ia o futuro vencedor da prova, tive a perceção de que ia aos saltos.  

 

Os 50km da prova decorreram sobre um pano de fundo idílico, paisagens deslumbrantes, uma zona do país que não conhecia e à qual pretendo regressar assim que puder para a apreciar convenientemente… correr a ver a serra da estrela cheia de neve foi o ponto alto da minha prova.

 

 

Não o consigo explicar mas nos trails existe, entre os atletas, um grande sentido de camaradagem e entreajuda e os 50km do Piódão não foram exceção. Nesta prova tenho que agradecer principalmente a quatro atletas. Ao corredor que me aconselhou a comer banana com sal grosso, ajudou-me e muito a recuperar, ao atleta que gentilmente me emprestou, sem eu o pedir, um bastão durante uma das muitas subidas e aos dois companheiros que tornaram os últimos 15 km mais fáceis, correr em grupo e à conversa é sempre melhor.   

 

Quero também agradecer aos meus amigos do “Correr na Cidade” o apoio e incentivo à chegada, os últimos metros ao vosso lado foram espetaculares, uma Crew é isto mesmo.

 

Após a minha estreia nos Abutres, os 50km do Piódão serviram de aprendizagem para futuras corridas pois cometi muitos erros que espero que me sirvam de lição.

A saber:


Erro n.º 1: Comecei muito depressa. Parti muito rápido, até ao km 16 tentei acompanhar o Pedro Luiz, que corre mais do que eu, e cheguei ao segundo abastecimento já muito cansado, sem desfrutar da paisagem e da corrida, o que condicionou o resto da prova, sofri e muito do km 20 ao km 36.

Erro nº2: Má gestão da prova ao nível da alimentação. Ainda não sei o que devo levar nem quando devo comer. Aprendi, a custo, que depois de uma grande subida, me sinto bem se parar um 1 minuto e comer qualquer coisa antes de recomeçar a correr.

Erro n.º3: Má hidratação, ao km 26 tinha a cara branca, cheia de sal, e comecei a ter as primeiras cãibras. É importante ingerir água na quantidade certa e/ou bebidas isotónicas. Em relação à reposição do sal, recebi uma dica que fez maravilhas comigo, banana envolvida em sal grosso.

Erro n.º4: Levei demasiadas coisas de que não precisei na mochila, o que a tornou ainda mais pesada, o preço da inexperiência.

 

Apesar de inicialmente ser cético em relação ao uso de bastões, esta prova serviu para reconhecer que os mesmos permitem um menor desgaste das pernas durante as subidas.

 

Resumo dos 50km do Piódão: prova dura, localização e paisagem fantásticas, organização 5 estrelas, a massagem no fim soube mesmo a “mel” e a vontade de para o ano percorrer novamente os trilhos do Piódão.

 

As fotos são da autoria da Espiral Photo

 

Manhã divertida com a Compressport

No passado dia 29 de março estivemos, a convite da Compressport Portugal, no primeiro Testing Zone Limited Edition , que se realizou na Marina de Oeiras.O treino tinha como hora marcada as 10:00, mas por volta das 9:15 boa parte já estava presente no local de modo a poder levantar tanto as t-shirt Técnicas como as Meias Compressoras R2, que gentilmente foram cedidas pela Compressport de modo a poderem ser testadas.

 

Estava uma manhã fria, mas ao contrário dos dias que antecederam, não choveu e fomos contemplados por um sol que nos acompanhou ao longo do treino e abrilhantou o excelente convívio entre todos.

 

Após o aquecimento, as cerca de 150 pessoas presentes dividiram-se entre os quatro grupos de corrida que foram criados, quer seja em termos de distância quer em termos de tempo por km que foram previamente estabelecidos.

 

Mesmo, ainda, sem o ritmo de treino que pretendo alcançar, optei por ir no grupo dos 10kms –“Nível II” liderado pela, sempre simpática, triatleta profissional Katarina Larsson. Apesar de ser uma distância a que estou habituado, o ritmo suposto seria de 5:30\km, um pouco rápido para a minha condição física, mas que abracei o desafio com muito entusiasmo.

 

O Stefan já mais habituado a ritmos mais rápidos, optou pelo grupo dos 10 km – “Nível I“ liderado pelo Sérgio Silva, profissional de Duatlo e Atletismo, que iria fazer com que o grupo corresse a um ritmo de 4:30/km.

 É muito difícil, em qualquer treino que se divida em grupos, que todos consigam ir juntos, e isso aconteceu, quer fosse no meu grupo quer no grupo do Stefan. Mas mesmo tenho vários atletas espalhados pelo longo percurso pedonal no passeio Marítimo de Oeiras, deu para partilhar ideias e incentivar os restantes por quem passávamos.

 

Nos primeiros 3 kms, acompanhei a Dina Alves, que encontrei logo no início da corrida, e com quem já tinha iniciado a Meia Maratona da Ponte Vasco da Gama. Falamos um pouco, e como ela estava a voltar as corridas após um período de recuperação. A partir do 3 km, tentei puxar um pouco mais por mim, para tentar ver se não me distanciava muito do ritmo imposto para o grupo onde estava.Não os consegui alcançar, mas terminei com uma média de 5:36, o que indica que o grupo me enganou e certamente andou muito próximo dos 5m/km.

 

O Stefan fez um excelente treino e conseguiu ir sempre na frente do grupo, e trocou informações com o atleta profissional Sérgio Silva.O entusiasmo foi tanto que este último grupo terminou os 10kms com uma média de 4:16m/km.

 

Sempre muito simpático e acessível, o Sérgio elogiou bastante a condição do Stefan, tal como a própria Katarina Larsson. É sempre bom sermos reconhecidos pelo nosso empenho, para mais vindo de quem vem. Foi um grande estímulo para o Stefan, certamente serão palavras que ele não irá esquecer, e que o levarão a voos mais altos.

 Em termos dos pernetes compressores R2 que tivemos oportunidade de testar, não será apenas com um treino, e de apenas 10kms que podemos dar um feedback realista, no entanto e por experiência de várias atletas do Correr na Cidade Running Crew que já as usam, as opiniões divergem um pouco. Para alguns, no caso do Stefan, são excelentes, principalmente em Ultras Maratonas - das quais nunca dispensa.Para outros, não notam qualquer efeito durante a corrida, mas que são indispensáveis no pós, durante a recuperação, como o caso do Filipe.Já a Natália, sente-se confortável a usa-las, quer em corrida quer na recuperação.No meu caso, ainda não tenho grande ligação com as mesmas de modo a emitir uma opinião valida, no entanto espero no decorrer dos próximos treinos e provas poder dizer algo mais.

 

No final do treino, fizemos os respetivos alongamentos e recebemos um saquinho com algumas ofertas.Antes de nos despedirmos, deu para tirarmos umas fotos com a Katarina ,com o Sérgio, e com a Sofia Simões -  uma das caras da Compressport Portugal.

Pessoas muito simpáticas e que nos fizeram ficar com vontade de nos voltarmos a encontrar num próximo treino/evento.

 

os créditos desta imagem são da Compressport

 

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