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Correr na Cidade

1º Trail: "Friozinho" no estômago



20131107-213023.jpgPor Tiago Portugal:O meu contato com o mundo da corrida é relativamente recente. Desafiado pela minha irmã dei as primeiras corridas em 2011. Não gostei e ao fim de 5 minutos só pensava em desistir, o que acabou por suceder mas ainda aguentei uns heroicos 15 minutos. Por teimosia voltei a correr nos dias seguintes e tenho continuado desde então.Ao fim de um ano de muito esforço e treinos intermitentes, a maioria com grande sacrifício, deu-se finalmente o “click” e comecei a apreciar a sensação que a corrida me proporciona. É cada vez mais claro que correr permite-me enfrentar alguns desafios internos e ultrapassar os meus, supostos, limites.Comecei a querer testar-me e a aumentar a distância e os desafios que me propunha enfrentar. Após algumas provas em estrada senti que só isso já não chegava. Queria mais.Apesar de ser um menino da cidade, a natureza sempre me fascinou e foi assim que progressivamente fui ganhando o interesse por outro tipo de corridas, nomeadamente o trail. Tenho este domingo a minha primeira prova oficial, os 14 km do Trail de Casaínhos e tenho desde o último sábado aquele" friozinho" no estômago.Como descobri por experiência própria correr nos trilhos e correr em estrada são completamente distintos, apesar de a mecânica envolvida ser a mesma, uma perna à frente da outra.O trail é para mim, sumariamente, descrito como um desafio de sofrimento na natureza. As minhas dúvidas eram e são muitas até porque, talvez por ignorância minha, nunca tinha ouvido falar de “desnível acumulado”, “mochila de hidratação”, “economia de esforço-andar quando é preciso!”, “técnicas de subida” e afins. Correr com lama, pedras, penedos lisos e inclinações até perder de vista é novidade para mim.Assim comecei a fazer treinos específicos, com o objetivo de correr um ultra-trail em 2014. Cada treino, bom ou mau, permite um crescimento enquanto corredor e sinto que existem limites ao que posso exigir do meu corpo e a partir dos quais a mente ocupa um papel preponderante. E aqui acho que a experiência e a confiança nas nossas capacidades são fundamentais e é isso que sinto que me falta.Sei que a distância deste domingo está, teoricamente, ao meu alcance mas não sei como me irei aguentar. Assim que o meu campo de visão visualiza uma subida o meu coração automaticamente explode e a mente bloqueia.Como se não bastasse duvidar da minha capacidade aeróbica ainda tenho que me preocupar com os sapatos corretos para calçar, que roupa vestir e qual o equipamento necessário, se por exemplo faz sentido levar uma mochila. Já não consigo calcular o tempo que despendi a escolher a melhor roupa para logo de seguida me arrepender da decisão.Tenho passado os últimos dias a ler todos os blogues e revistas de trail que encontro na esperança de encontrar a receita mágica que me permita encarar esta novo desafio com mais confiança. Já aprendi uma dúzia de técnicas para subir e descer e nos últimos treinos tentei inclusive equilibrar o meu corpo com a ajuda dos braços enquanto descia um trilho, vi vários vídeos a explicar como se faz.foto retirada do site Trail Porn

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